A GAZETA
Cerca de 3,2 mil funcionários próprios e terceirizados da Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat) aguardam hoje (04) a chegada do interventor, preocupados com a possibilidade de demissão. Primeiro dia de expediente do engenheiro Jaconias de Aguiar, definido como administrador pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi confirmada pela assessoria de imprensa da distribuidora local, que não tem autorização para repassar mais informações.
Afastamento dos diretores da concessionária também foi cumprido. Colaboradores informaram que já nesta segundafeira (03) três diretores da vicepresidência executiva, das diretorias financeira administrativa e de operações “limparam as mesas”; e devem apresentar a declaração de bens ao interventor.
Medida vale para os diretores que ocupavam os cargos nos 12 meses anteriores à decisão da Aneel. “A tensão é muito grande. Estão todos apreensivos e perdidos”, diz um dos funcionários, que preferiu não ser identificado.
Para o economista Manuel Marta, a situação da Cemat já era previsível diante das dificuldades com o endividamento e a terceirização excessiva. Especialista em energia não acredita em corte de pessoal neste momento e, se ocorrerem, será na contratação indireta, apontada pela auditoria da agência como parte responsável pelos elevados custos da empresa.
Dívida líquida da Cemat até o junho deste ano somava R$ 1,630 bilhão, volume incompatível com a geração de caixa e os investimentos realizados, declarou o diretor da Agência, Julião Silveira Coelho, durante a reunião extraordinária da Aneel na sexta-feira (31), que determinou a intervenção a 8 empresas do Grupo Rede Energia, ao qual integra a concessionária estadual.
Decisão demorada considerando o fato que as notícias sobre as dificuldades financeiras da distribuidora começaram há cerca de 4 anos, avalia o economista ao comparar a medida do governo federal parecida com a posição tomada nas telecomunicações em julho, quando a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) proibiu a venda de chips de 3 operadoras exigindo melhora na qualidade do serviço.
Negociação – Em contrapartida, a holding J&F, que controla a JBS, formalizou interesse em adquirir o Grupo Rede Energia, que tem uma dívida de cerca de R$ 5,7 bilhões. Segundo agências de notícias, a J&F apresentou no fim de semana manifestação de compra do Grupo, incluindo a Cemat. Notícia veio a público no sábado durante assembleia de credores da Celpa, única concessionárias da Rede que não está sob intervenção porque se encontra em recuperação judicial.
Assessoria de imprensa informou que a J&F deve se pronunciar oficialmente. Essa não é a primeira vez que a holding manifesta interesse de adquirir um grande grupo em crise. Em maior, a J&F chegou a assumir o comando da Delta Construções, alvo de denúncias de fraudes. Mas acabou desistindo da compra declarando que o prolongamento da crise de confiança sobre a Delta tinha deteriorado o cenário econômico-financeiro da construtora, “alterando as vantagens da aquisição”.
ICE PEPPER 04/09/2012
Muito desse prejuízo do grupo,são os próprios funcionários de confiança e auto escalão que dão golpe,se beneficiando e fazendo acerto/abatimento de dividas com empresários,esquemas fraudulentos de leitura e pro ai vai.
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