GLOBO
Os cilindros amarrados à cintura de um funcionário do Hotel Saint Peter, no centro de Brasília, durante o sequestro desta segunda-feira (29) não continham material explosivo. Segundo o comandante do Esquadrão de Bombas da Polícia Militar do Distrito Federal, capitão Lúcio Flávio Teixeira Júnior, o material era composto por canos de PVC recheados com massa epóxi, serragem e terra.
"Nós trabalhamos com a pior das hipóteses durante todo o caso. Ou seja, agimos como se fossem dinamites de verdade. Após a rendição, recolhemos o material e fizemos uma análise técnica, que identificou o real conteúdo", afirmou o capitão. O revólver utilizado pelo autor do sequestro também era falsa.
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O sequestrou durou mais de 7h, e só terminou às 16h15 com a rendição do sequestrador. Um mensageiro do hotel foi mantido como refém e forçado a usar um colete com os 13 cilindros que simulavam bananas de dinamite.
O delegado Paulo Henrique Almeida afirmou, durante o sequestro, que a Polícia Civil trabalhava com 98% de chances de que a ameaça fosse real. Um volume de dinamites semelhante ao exibido pelo sequestrador seria capaz de abalar a estrutura do hotel, segundo a polícia.
Carga no aeroporto
Segundo a Polícia Militar, o sequestrador também deixou uma caixa no guarda-volumes do Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek, no início da manhã. O material foi detonado pelo Esquadrão de Bombas, mas também não continha qualquer item com potencial explosivo.
Segundo o capitão Teixeira, comandante do esquadrão, havia peças de roupa e objetos pessoais no volume encontrado no Aeroporto JK. O consórcio Inframerica, que administra o terminal, disse ao G1 que tomou todas as providências necessárias. Não houve necessidade de evacuar ou isolar parte do aeroporto.
Sequestro durou mais de 7h
O autor do sequestro pediu "desculpas a todos" ao deixar o hotel, segundo a polícia. A ação começou antes das 9h e terminou às 16h15. As negociações foram encaminhadas pela Polícia Civil do DF, e segundo Almeida, não houve interferência da família no diálogo com o sequestrador.
A vítima deve prestar depoimento à polícia ainda nesta segunda-feira (29). A investigação será conduzida pela 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), para onde foi levado o sequestrador após a rendição.
Sequestrador armado mantém refém em sacada de hotel em Brasília; colete da vítima tem objetos cilíndricos que supostamente seriam bananas de dinamite (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)