METRÓPOLES
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) avaliou, na manhã deste sábado (21/12/2019), que o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) agiu de forma abusiva nas investigações envolvendo o filho Flávio Bolsonaro (sem partido). O senador é acusado de participar de esquemas de lavagem de dinheiro e desvio de verba pública quando era deputado estadual.
Pouco antes das 9h, o mandatário do país abriu as portas do Palácio da Alvorada para cerca de jornalistas de 15 veículos – entre os quais, o Metrópoles. Durante mais de duas horas de conversa, o chefe do Executivo respondeu a perguntas sobre política, governo e vida pessoal.
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Ao ser questionado a respeito de possível tentativa de se gerar desgaste ao governo referente às diligências, o titular da República acusou o MPRJ de vazar informações e fazer julgamentos sem que haja sentença judicial.
“Eu vou responder e sem a réplica. O processo está em segredo de Justiça. Quem é que julga? O MP [Ministério Público] ou o juiz? Os caras vazam e julgam. Paciência, pô. Qual a intenção? Um estardalhaço enorme”, opinou.
“Será por que falta materialidade para ele e o que vale é o desgaste agora? Quem está feliz com essa exposição aí absurda na mídia? Alguém está feliz com isso. Agora, se eu não tiver cabeça no lugar, eu alopro. Que leve o caso dele de acordo com a legislação que está ali”, pontuou.
Nesse contexto, Bolsonaro falou espontaneamente que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) acessou o sigilo bancário do filho. “Foi quebrado o sigilo dele pelo Coaf? Foi. O que o Supremo decidiu agora? Falta só publicar. O Coaf tem limite; a Receita, não. E daí? Não vou falar mais nada”, frisou.
Situação hipotética
Para exemplificar, o presidente descreveu uma situação hipotética: “Se entram na conta de um funcionário lá, de uma funcionária, ela tem R$ 60 mil e botou na minha conta. E daí? Vai ser um escândalo. Vendi um carro para ela, mas já está feita a besteira”, apontou Bolsonaro.
“É assim que deve se comportar o Ministério Público? Todo poder tem que ser uma forma de controle quando começa a perder o controle, buscar pelo em ovo…”. Em seguida, concluiu o raciocínio: “Então, a questão do MP… Isso é uma questão de abuso. Eu tenho nota”.
O chefe do Planalto voltou a acusar o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de tentar prejudicar sua imagem.
“Só não vi [o Witzel] dando beijo no Flávio de língua. De bitoquinha, eu já vi. Acabaram as eleições, sobe a cabeça dele, ele quer ser presidente da República. Começa a se enfiar na minha vida. O inferno começou”, disparou.