FRANCISCO BORGES
DA REDAÇÃO
Para dar veracidade de que seus “clientes” estariam fazendo um bom negócio ao fecharem operações comerciais fraudadas pelo grupo criminoso que seria liderado pelo o ex-vereador João Emanuel e o empresário Walter Dias Magalhães, os representantes da empresa de “fachada” Soy Group Holding América Ltda, ofereciam às vítimas, almoços e jantares em restaurantes luxuosos e até viagens internacionais. O Ministério Público Estadual (MPE) alega que tudo era forjado para dar “ares de credibilidade à empresa”.
O grupo exigia que os “clientes” depositassem uma quantia a título de caução. Esse caução, que representava valores milionários, não voltava para quem estava realizando o suposto empréstimo.
A confiabilidade conquistada por tais práticas foi tanta que os golpes, praticados em todo o território nacional, teriam somado fraudes em torno de R$ 2 bilhões.
Segundo o MPE, o golpe do grupo consistia em atrair pessoas com capacidade financeira para obter empréstimos milionários junto a bancos estrangeiros com juros menores. No entanto, para que a suposta transação fosse concluída, os líderes do grupo, João Emanuel e o proprietário da Soy Walter Dias Magalhães Júnior, exigiam que os “clientes” depositassem uma quantia a título de caução. Esse caução, que representava valores milionários, não voltava para quem estava realizando o suposto empréstimo. Já com o dinheiro em mãos, após a transação ninguém do grupo era mais encontrado pelas vitimas.
Além disso, segundo o MPE, para garantir que suas vítimas não perderiam dinheiro, o grupo chegava a oferecer um falso seguro para os valores repassados.
Além disso, segundo o MPE, para garantir que suas vítimas não perderiam dinheiro, o grupo chegava a oferecer um falso seguro para os valores repassados. Desta forma, segundo o MPE, as vítimas sentiam maior confiança de que se o empréstimo no banco estrangeiro não desse certo eles teriam o caução de volta. Para isso o grupo contratou um especialista em seguro que organizava a papelada e deixava disponível para o grupo.
Consta na denúncia também, que a empresa teria criado uma sofisticada página na internet, na tentativa de não deixar dúvidas de que aquela seria uma empresa idônea. “Quando buscado o endereço indicado como sede, o aplicativo Google Maps, aponta que é uma empresa de fachada, pois no local existe apenas uma escola e algumas residências nas adjacências”, diz trecho da denúncia.
Somente na primeira representação contra o bando foi constatado que eles teriam praticado pelo menos cinco grandes golpes. Ao total, estima-se que os envolvidos, João Emanuel, Walter Dias, Shirlei Aparecida Matisuoka Arrabal, Marcelo de Melo Costa e Evandro José Goulart tenham lucrado mais de R$ 2 bilhões em falsas transações.
Em um dos golpes, uma vítima afirma que João Emanuel, se presentanso como vice-presidente do Soy Group, teria
utilizado o auxílio de um falso chinês para ludibriá-lo em um suposto investimento com parceria com a China, fazendo com que o investidor emitisse 40 folhas de cheque, que juntas somam o valor de R$ 50 milhões. Na ocasião, o ex-vereador se passava por intérprete do suposto idioma oriental.
Por conta dos golpes, João Emanuel foi preso e está recolhido no Centro de Custódia de Cuiabá. Seu pai, o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes e o irmão, Lázaro Moreira Lima, também estão envolvidos. Para retirarem a tornozeleira eletrônica, cuja determinação foi exarada pelo juízo da 7ª Vara Criminal, terão que pagar R$ 299 mil cada.