MARCELO FERRAZ
DA REDAÇÃO
O ex-secretário de Educação do Estado, Permínio Pinto Filho (PSDB), afirmou aos jornalistas, na manhã desta quarta-feira (11) que não teme ser preso, diante das investigações sobre o esquema que fraudava licitações de obras da pasta que estava sob sua gestão. Após ter prestado depoimento ao Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga os crimes cometidos entre 2015 e 2016, o ex-secretário ainda confirmou que soube das fraudes antes mesmo dos órgãos de controle, mas negou qualquer envolvimento no esquema.
“O empresário me disse isso sim. Depois, eu disse a ele para não efetuar nenhum tipo de pagamento e não dar nenhum benefício a quem quer que seja”
À imprensa, Permínio admitiu que foi procurado pelo empresário Ricardo Augusto Sguarezi, que o alertou sobre as fraudes. “O empresário me disse isso sim. Depois, eu disse a ele para não efetuar nenhum tipo de pagamento e não dar nenhum benefício a quem quer que seja”, frisou.
Após ficar ciente de que estaria havendo pagamento de propina no órgão, o ex-secretário limitou-se a aconselhar o empresário. “Eu perguntei para ele se ele tinha efeito algum pagamento. Ele, por sua vez, respondeu-me que não. Não havendo o pagamento, eu disse a ele que, se essa situação se reincidisse, era para ele fazer uma denúncia formal e procurar os órgãos competentes”, disse Permínio.
"Não havendo o pagamento (propina), eu disse a ele que, se essa situação se reincidisse, era para ele fazer uma denúncia formal e procurar os órgãos competentes”, disse Permínio.
O ex-secretário ainda confirmou que teria recebido o empresário Giovani Belatto Guizardi (apontado como o líder do esquema) várias vezes na Secretaria de Educação do Estado (Seduc). Permínio pontuou que os encontros se davam da mesma forma como recebia outros empresários. Segundo ele, para tratar apenas de assuntos institucionais.
De acordo com o Gaeco, em nenhum momento o secretário procurou os órgãos fiscalizadores para denunciar a organização criminosa que estaria manipulando os certames públicos dentro da Seduc há mais de um ano.
De acordo com o Gaeco, em nenhum momento o secretário procurou os órgãos fiscalizadores para denunciar a organização criminosa que estaria manipulando os certames públicos
Contudo, ao ser questionado de que, mesmo tendo conhecimento de que estaria ocorrendo direcionamento nas licitações na pasta e ainda sim, por mais tempo, os mesmos empresários continuarem a ganhar os certames, o ex-secretário disse que: “Quem poderia responder esses questionamentos eram os próprios empresários”, afirmou.
Após ser avisado que estaria havendo um esquema na pasta, o ex-secretário disse que afastou o servidor e o substituiu por outro. Segundo Permínio, Wander dos Reis, após ser exonerado da Superintendência, não mantinha influência na Secretaria. “Não despachava, não era mais superintendente e não tinha que despachar comigo. Estava aguardando para ser lotado em sala de aula porque ele é professor da rede”, disse.
Por fim, Permínio relatou não temer ser preso e que está aguardando o final das investigações do Gaeco. “Vamos esperar o final das investigações. O futuro a deus pertence”, concluiu.
Cidadão 13/05/2016
E por que ainda está solto? Se fosse petista estaria no xadrez a tempos!
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