JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO
A delegada Anaíde Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, concluiu nesta quarta-feira (10), o inquérito criminal e apontou Diego José da Silva, de 18 anos, como o autor do brutal assassinato da adolescente Luzinete Rodrigues, de 16 anos e da amiga dela, Poliana Araujo Alves, de 14 anos.
O duplo homicídio ocorreu em uma casa no bairro periférico de Cuiabá, Jardim Umuarama, há pouco mais de dois meses.
Ao RepórterMT, a delegada explicou que os autos do processo criminal vão ser encaminhados ao Ministério Público Estadual (MPE), onde irá decidir se aceita ou não, a denúncia de homicídio qualificado, contra Diego.
Para Anaíde, não existe nenhuma dúvida da participação do ex-namorado de Poliana no crime. Ele teria usado uma ripa de madeira para bater no rosto das meninas. Até hoje a ‘arma’ não foi localizada.
“Toda a investigação apontou Diego como autor dos assassinatos. Temos várias provas da participação dele nos crimes. Como o fato que tentou enganar os policiais na investigação, apontando outros suspeitos de terem matado as meninas. Além das mensagens ameaçadoras que mandava no aparelho celular deles, dizendo que se saísse com outras pessoas iria ser morta”, explicou.
No dia 13 de outubro (dia da prisão), Diego agiu friamente dizendo à imprensa na DHPP, que as mensagens tinham o intuito de proteger Luzinete e Poliana. “Eu falava para elas não saírem, já que saiam com várias pessoas”, falou.
De acordo com a delegada, outra prova que ele teria cometido os assassinatos, foi o fato de ter mentido à Polícia, no primeiro depoimento que prestou na DHPP, dizendo que estava dormindo em casa, no momento dos crimes. De acordo com a polícia, o suspeito teria chegado na casa minutos depois da localização dos dois corpos.
Em uma entrevista ao RepórterMT, Anaíde ainda explicou que dias antes do crime, Diego teria tentado negociar a compra de uma arma, que seria traficada do Paraguai. O fato mostra a premeditação dos assassinatos.
RepórterMT

Anaíde envia inquérito para o MPE para decidir se aceita ou não a denúncia contra o acusado.
VÍTIMA EMBRIAGADA
O laudo de alcoolemia feito pelos agentes da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) apontou que Luzinete estava bêbada no momento que foi atacada pelo assassino.
Horas antes, Luzinete e Poliana estavam comemorando o aniversário de Alvenir Botelho Rodrigues (mãe de Luzinete), em um bar no mesmo bairro.
Testemunhas disseram que elas teriam ido a casa da mais nova para tomar banho, momento em que foram mortas.
ENTENDA O CASO
Luzinete e Poliana foram assassinadas na casa de Poliana na madrugada do dia 5 de outubro, no bairro periférico de Cuiabá, Jardim Umuarama.
O corpo das duas foi encontrado nu na sala da casa, com marcas de espancamento na cabeça. “A adolescente de 14 anos levou o primeiro golpe na testa em cima do sofá. Já a de 16 foi agredida também na testa, mas quando estava em pé. Os corpos e o local do crime não têm nenhum sinal de defesa, o que nos leva a acreditar que elas foram surpreendidas”, explicou a delegada que investiga o caso, Anaíde Barros.
Dias após os homicídios, Anaíde chegou a dizer que as duas estariam fazendo sexo, no momento que foram atacadas pelo criminoso.
Porém, a mãe de uma das duas em uma entrevista ao RepórterMT, negou que elas fossem lésbicas, e destacou que as filhas eram amigas desde infância e tinham o costume de tomar banho juntas. “Elas saíram da festa dizendo que iam tomar banho porque estavam suadas. Penso que e que foram espancadas no momento que estavam saindo do banho”, explicou Patrícia.
RepórterMT

Uma das mães negou ao RepórterMT que as meninas fossem lésbicas.