FRANCISCO BORGES
DA REDAÇÃO
O deputado Guilherme Maluf (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa, voltou a negar, nesta quarta-feira (14), qualquer tipo de envolvimento no esquema de pagamento de propina descoberto pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Maluf fez referência à declaração em juízo do empresário Giovani Guizardi, delator do esquema investigado na Operação Rêmora. De acordo com o empreiteiro, o parlamentar seria destinatário de 25% do dinheiro arrecadado com o esquema.
“É demérito para a Justiça ter uma delação dessa forma [sem provas]. Defendo que isso seja investigado e, na hora certa, eu vou tomar as medidas jurídicas contra esse senhor, se ele não mostrar provas”, disse o deputado ao .
"Defendo que isso seja investigado e, na hora certa, eu vou tomar as medidas jurídicas contra esse senhor, se ele não mostrar provas”
As declarações de Giozardi foram feitas em depoimento à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, na última segunda-feira (12).
Em julho deste ano, o Gaeco desbaratou uma suposta organização criminosa, que teria como líder o ex-titular da Seduc, Perminio Pinto, que fraudava contratos de reforma e construção de escolas públicas do Estado.
Segundo o delator, o dinheiro arrecadado era pulverizado entre um grupo de pessoas que teriam participação de alguma forma no esquema investigado pela Justiça.
O caso
Conforme a delação de Giovani Guizardi ao Ministério Público Estadual (MPE), Maluf ficaria com 25% da propina, referentes a 5% do que era cobrado por obra “direcionada” da Seduc para um cartel de empresários.
O valor total das obras que teriam sido fraudadas chega a R$ 56 milhões, conforme denúncia do MPE.
Outros 25% seriam destinados ao ex-secretário Permínio Pinto. Também ficaria com 25% o empresário Alan Malouf, dono do Buffet Leila Malouf, segundo o delator.
Já os ex-servidores da pasta, Wander Reis e Fábio Frigeri, receberiam 5% cada.
Giovani Guizardi, que era o operador do sistema, ficaria com 10% do total “arrecadado”.
Outros 5% eram usados para cobrir despesas de estrutura do “quartel general” do grupo criminoso, localizado no prédio onde funciona a Dínamo Construtora, de propriedade de Guizardi, que também participaria do esquema.
Operação Rêmora
Conforme as investigações, as obras da Seduc eram destinadas a um grupo específico de empresários, que pagavam propina para “vencer” as licitações em obras em todo o Estado.
O caso levou o MPE a pedir a prisão do ex-secretário de Educação, Pemínio Pinto.
Ele encontra-se detido provisoriamente no Centro de Custódia de Cuiabá, anexo ao antigo Presídio do Carumbé.
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alexandre 14/12/2016
tem que investigar a fundo, não se pode rejeitar a denuncia só porque é contra o partido do governo. o GAECO tem que ter isenção mesma coisa a PGR.
1 comentários