CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
Após veicular notas com especulações sobre delações premiadas que o ex-chefe da Casa Civil Pedro Nadaf teria feito em ações criminais à quais responde na Justiça, a defesa do ex-secretário resolveu tomar medidas para tentar conter a proliferação de informações que alega serem falsas.
Neste domingo (20), na coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, o jornalista Guilherme Amado divulgou que Pedro Nadaf teria delatado suposto esquema de caixa dois na campanha do governador Pedro Taques (PSDB) de 2014, onde teria recebido R$ 2,5 milhões de maneira ilegal.
Ao o advogado de Pedro Nadaf, Willian Khalil, desmentiu a informação e disse que o colunista do O Globo está “totalmente equivocado”. O advogado ressaltou que a suposição de delação de Nadaf contra Taques não faz sentido porque ele “não participou de nenhuma ação em relação à campanha do governador”. A delação premiada é utilizada quando o delator teme que possa ser denunciado e se tornar réu juntamente com aquele que ele delata, o que não é caso entre Nadaf e Taques, que são de grupos políticos contrários.
Além de desmentir a nota do colunista, a defesa de Nadaf ainda elaborou um documento endereçado a Lauro Jardim e a Guilherme Amado pedindo que a coluna esclareça o assunto com a versão apresentada pelo advogado de Nadaf, sob pena de serem processados nas esferas cível e criminal.
No documento, a defesa esclarece que “não é verdade que Pedro Jamil Nadaf tenha afirmado perante qualquer autoridade judiciária ou ministerial que houve repasse de valores em situação de Caixa 2, para a campanha do então candidato Pedro Taques ao governo do Estado de Mato Grosso no ano de 2014, incriminado ou colocando em situação de investigação o governador Pedro Taques ou qualquer parente seu”.
Khalil ainda chamou de “sensacionalista” e “desnecessária” a informação divulgada na coluna de O Globo, pois “não contribui em nada para as investigações e prejudica o bom desenvolvimento das ações das autoridades responsáveis pelo caso”. A defesa de Pedro Nadaf ainda ressaltou que seu cliente já presta contas à justiça pelos seus atos na condição de réu confesso e não de delator, reiterando que tem colaborado com as autoridades do Ministério Público e do Poder Judiciário, inclusive, com o ressarcimento de bens adquiridos com dinheiro fruto de esquemas dos quais confessa ter participado durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
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