Secretário nega plano para barrar Uber em Cuiabá, mas vídeo desmente

Reprodução

O secretário afirma ser a favor da ampla discussão sobe o Uber.

JÉSSICA MOREIRA
DA REDAÇÃO

Após a divulgação de um vídeo através das redes sociais, que nesta segunda-feira (08), no qual dizia que uma reunião já teria definido os trâmites para que um projeto de lei impedisse a implantação do Uber,  como sistema de transporte alternativo, na capital, o secretário Thiago França, titular da Secretaria de Mobilidade Urbana de Cuiabá (Semob), emitiu nota negando ser contrário que a iniciativa passe a operar em Cuiabá.

Na gravação, o secretário afirmou que o projeto de lei atenderia reivindicações do Sindicato dos Taxistas e que até o fim do ano o prefeito Mauro Mendes (PSB) iria sancionar a lei para barrar a implantação do Uber.

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Em nota oficial o secretário garante que não existe nenhum projeto de lei para impedir que o sistema do Uber seja implantado em Cuiabá. 

Segundo Thiago, a Semob nunca se posicionou contrária à modalidade de transporte. “Em nenhum momento afirmamos que somos contrários ao Uber, ou qualquer ferramenta tecnológica que venha contribuir na melhoria da prestação de serviços para a comunidade”.

Apesar da polêmica, a implantação do Uber na capital mato-grossense ainda é apenas uma hipótese que está sendo estudada. O secretário acredita que a situação continuará a ser debatida no próximo ano pela gestão do prefeito eleito Emanuel Pinheiro (PMDB).

No mês passado foi realizada em Cuiabá uma reunião para análise de interessados na implantação do Uber.

Segundo o secretário, o Uber é uma tendência mundial e nacional. “Sempre pontuamos também que a qualidade do serviço de táxi precisa ser aperfeiçoada”, frisou França.

Os taxistas de Cuiabá e Várzea Grande são radicalmente contra a implantação do Uber. A categoria alega que será prejudicada, já que paga altas taxas de impostos e não tem como competir com o preço ofertado pelo Uber, que costuma ser 50% mais barato.

Atualmente existem 604 taxistas regulamentados na capital e 178 em Várzea Grande, que possuem a documentação necessária e foram vistoriados para fazer o transporte de passageiros.

No Brasil, o aplicativo começou a ser implantado no Rio de Janeiro em maio de 2014. O Uber hoje está ativo em São Paulo, Brasília, Goiânia, Salvador, Londrina, Campinas, Santos, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Recife  e Vitória.

Confira nota encaminhada pelo secretário 

UBER: Infelizmente, parte da imprensa e da sociedade não compreenderam a nossa mensagem. Em nenhum momento afirmamos que somos contrários ao Uber, ou qualquer ferramenta tecnológica que venha contribuir na melhoria da prestação de serviços para a comunidade. Tanto é verdade, que ao longo desses dois anos à frente da Semob, diversos foram os investimentos e os avançamos tecnológicos que promovemos; não só por sermos uma equipe jovem, mas por acreditarmos piamente, que não há como se falar em mobilidade sem tecnologia.

Podemos citar aqui como exemplos: talonários eletrônicos, painel de mobilidade, centro de controle de mobilidade, GPS nos ônibus, aplicativo para usuários do transporte coletivo, informatização de vários serviços prestados, dentre outros.

Sempre afirmamos que o Uber é uma tendência mundial e nacional, e será, sem dúvida alguma, a pauta que irá inaugurar a próxima gestão do Prefeito de Cuiabá.

Sempre pontuamos também que: uma coisa é a discussão em torno  da qualidade do serviço de táxi; e esta, sem dúvida alguma, precisa ser aperfeiçoada. Na nossa gestão, qualificamos todos os taxistas da nossa Capital, mas este trabalho precisa ser dado sequência pelos próximos gestores.

Agora, outra coisa é o transporte remunerado com veículo individual de pessoas; que precisa ser amplamente dialogado com a sociedade e com o segmento, de maneira transparente, com regras e ordenamento claros e objetivos. O serviço de táxi é um serviço público, que precede de licitação e que possui regras municipais e nacionais. Em nenhum momento nos posicionamos ser contra ou a favor, até porque esta é uma temática nova no cenário brasileiro e que muito em breve, deverá ter um regramento pelo Congresso Nacional.

O que sempre fomos favorável é quanto a uma ampla discussão em torno do tema. O que, definitivamente não dá, é para o Poder Público ficar refém ou à mercê desta pauta que envolve a vida de milhares de pessoas. Que os próximos gestores saibam conduzir este processo que ainda está nascendo em nossa Capital.                                          

Thiago França

Secretário Municipal de Mobilidade Urbana de Cuiabá/MT

 Veja vídeo