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Cuiabá, 12 de Fevereiro de 2025
12 de Fevereiro de 2025

18 de Maio de 2018, 11h:42 - A | A

GERAL / APÓS MORTE DE PACIENTE

SBCP acusa Plástica para Todos de 'usar' pacientes como mercadoria

Daniele Bueno, cuiabana, morreu em Cuiabá ao fazer lipoescultura e mamoplastia pelo programa ‘Plástica para Todos’.

RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO



A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, regional Mato Grosso (SBCP), emitiu nota repudiando a programa ‘Plástica para Todos’. Conforme entidade, o programa é repulsivo por usar pacientes como mercadoria, visando o lucro sem se preocupar com riscos à saúde dos 'clientes'. No último domingo (13), a paciente Daniele Bueno morreu após passar por procedimentos de lipoescultura e mamoplastia no Hospital Militar, em Cuiabá.

“O modelo em tela, travestido de projeto social, promove a mais abjeta e repulsiva atitude perante a boa medicina, que é sua mercantilização, fazendo de pacientes, mero objeto de mercância, ignorando princípios irrenunciáveis em qualquer ato médico, que é a segurança e primorosa relação médico paciente”, diz trecho da nota da SBCP.

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O posicionamento da entidade é uma resposta ao advogado da empresa, que por meio de nota disse que a morte da paciente é a primeira da empresa e ocorreu por causas imprevisíveis.

“A qualidade e a regularidade dos serviços ofertados pela empresa, executados por profissionais habilitados e com registros junto aos Conselhos Regionais de Medicina e à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, são atestadas pelos milhares de procedimentos cirúrgicos já realizados em todo o país, sem que jamais tivesse ocorrido, até então, qualquer evolução de óbito, independentemente de sua causa”, disse o advogado, em nota.

A morte

Daniele morreu após passar por cirurgias de lipoescultura e mamoplastia, no Hospital Militar.  Ela sofreu parada cardíaca e foi transferida para o Hospital Sotrauma porque a unidade em que estava não tinha Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O CRM abriu sindicância para investigar as duas unidades.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) afirmou que os médicos responsáveis pelo Plástica para Todos não possuem em seu CRM-MT a especificação de cirurgião plástico. O CRM também afirmou que está colhendo documentos para identificar quem são as pessoas que estavam na equipe responsável pela cirurgia da vítima.

De acordo com a Polícia Civil, a vítima teria pago R$ 50 para entrar no programa Plástica para Todos e outros R$ 50 para fazer a consulta médica. A mulher teria ingressado no programa por meio de grupos de WhatsApp e Facebook que oferecem cirurgias plásticas com preços bem abaixo do comum.

Leia a nota da SBCP na íntegra:

Nota de esclarecimento Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional Mato Grosso:

Diante da Nota de esclarecimento da empresa/sistema nominado “Plastica para todos”:

Reiteramos nossa consternação com a morte ocorrida.

Porém, infelizmente, o fato mostrou um grave problema há muito combatido e condenado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, as comercializadoras de Cirurgias Plásticas. É fato notório que, com o auxílio dos órgãos fiscalizadores em outros estados, estes projetos foram encerrados.

O modelo em tela, travestido de projeto social, promove a mais abjeta e repulsiva atitude perante a boa medicina, que é sua mercantilização, fazendo de pacientes, mero objeto de mercância, ignorando princípios irrenunciáveis em qualquer ato médico, que é a segurança e primorosa relação médico paciente.

A nota pública ofertada apelativamente pela empresa/sistema, é tão falaciosa quanto inverdades em sua essência.

Causa-nos espécie assistir tamanho engodo, em tal nota pública, quanto o comportamento dos médicos que se prestam a este desserviço a boa medicina.

A SBCP não avaliza, tampouco recomenda que seus membros participem deste modelo de atendimento médico, já vedado reiteradamente pelo Conselho Federal de Medicina, no Código de Ética Médica.

A SBCP promove frequentemente ações humanitárias, em todo Brasil, permitindo acesso da população a cirurgias plásticas, com extremo rigor científico e sobretudo SEGURANÇA.

Ao cabo, entendemos que o Conselho Regional de Medicina é o órgão investido de poderes para a fiscalização e correção do exercício da medicina. A SBCP segue esta esteira, aguardando daquela entidade o imediato rigor na apuração dos fatos dramáticos que ceifaram uma vida, e que aja com o rigor absolutamente necessário, para que novas vidas não sejam interrompidas pelo interesse vil de mercadores da medicina.

Regional Mato Grosso de Cirurgia Plástica

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Eduardo Alvarenga 18/05/2018

Atualmente, todo paciente e visto como Produto. Os médicos consulta seus pacientes mal olhando para o mesmo, pede exames e mais exames, no final diz que não constou nada e pede para retornar em 30, 60 ou 90 dias. Isso é o que ???

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1 comentários