DO REPÓRTERMT
A professora de Língua Portuguesa, Maria José Arruda, foi acusada de racismo após pintar o rosto e as mãos de preto para uma apresentação, na Escola Estadual Alcebíades Calhão, no bairro Quilombo, em Cuiabá, em alusão ao Dia da Consciência Negra. A educadora, que se "caracterizou" como Mãe Bonifácia, figura lendária que viveu em Mato Grosso no período da escravidão, compartilhou as fotos em um grupo do bairro, onde passou a ser alvo de críticas.
A prática de pintar o rosto é conhecida como "black face" e, conforme estudos publicados por alunos de pós-graduação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é racismo.
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Ao RepórterMT, a professora explicou que, além de educadora, também é artista e doutoranda em educação e se fantasiou como Mãe Bonifácia para que a apresentação, que conta a história da figura marcante, se tornasse mais didática aos alunos, de forma que eles jamais pudessem se esquecer disso.
Caracterizada de Mãe Bonifácia, a professora contou toda a trajetória dela em MT.
"Eu não tenho culpa. A vida inteira eu sou artista. Eu sou da área da linguagem e posso fazer porque eu tenho liberdade didática para dar aula de um jeito que eu consiga atingir os meus alunos. Para o conhecimento, para nunca mais esquecerem", explicou.
Após publicar vídeo e fotos da apresentação em um grupo do bairro, várias pessoas se manifestaram, ofendidas com a prática, dizendo que "se sentiam mal e ridicularizadas". A professora, no entanto, citou que a intenção era exaltar as "pessoas de cor".
"Quilombo é o bairro onde morou a negra Mãe Bonifácia, onde tem o parque com o nome dela. Fizemos uma feijoada, trabalhamos os cartazes, elevamos sempre a autoestima da pessoa de cor. Eu sou parda, meus cabelos são encaracolados, meu avô era negro, meu bisavô", destacou a educadora.
Maria José explicou ainda que esta foi uma ação social, como outras que ela faz e divulga. "Até quando tem corte de cabelo a gente coloca [nas redes sociais]. Tem alguma ação social a gente coloca. A gente coloca doações de roupas. Lá na escola mesmo tem um monte de gente com fome, a gente doa [alimento], eu vou atrás, ajudo, levo comida, aconselho, tiro do crime. A vida inteira fui envolvida com a sociedade."
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc-MT) informou que a ação da educadora fez parte de uma série de atividades relacionadas à equidade na educação e ao Dia Nacional da Consciência Negra, que também ocorreu nas demais escolas da Rede Estadual de Ensino.
A secretaria ressaltou ainda que repudia veementemente qualquer forma de racismo e "reforça seu compromisso em garantir uma educação de qualidade, inclusiva e livre de preconceitos".
ROSMERY 25/11/2023
Que militância mais burra, meu Deus!? Eles não conhecem nada da história do Brasil, só sabem ficar no vitimismo e falácia do racismo. Meia dúzia traz o caos no meio de 200 milhões. Só existe uma raça, a HUMANA. Chega desta militância, vão aprender a cantar o Hino nacional, já sereia um ótimo começo.
Karoline 24/11/2023
Esses comentários sim são de dar nojo e deixa claro o quanto o racismo ainda é real.
Antonio Augusto Sousa 24/11/2023
Parabéns a professora, continue com seu trabalho, com a consciência tranquila, a senhora é uma verdadeira educadora, na maior acepção da palavra. Quantos aos críticos, convide eles pra ajudarem nas ações sociais. Não irão, o \"instrumento\" de trabalho deles é a fofoca, é o falso moralismo, e a desconstrução dos valores tradicionais.
ANA 24/11/2023
Os afrodescendentes têm interesse em esquecer suas pobres raízes, não querem que ninguém saiba do passado deles e aí continuam lutando contra os brancos reclamando do crime de racismo que favorece negros, dando mais privilégios ainda, além do eterno excesso de reprodução da parte deles...
4 comentários