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Cuiabá, 13 de Setembro de 2025
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11 de Maio de 2015, 11h:44 - A | A

GERAL / CRUZEIRO X CORINTHIANS

Juíza proíbe crianças de entrarem em campo com jogadores na Arena; pais reclamam

Federação não questiona decisão judicial, porque admite que não cumpriu prazo a pedido do Corinthians.

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



Por determinação judicial, 33 crianças que haviam sido escaladas para entrar na Arena Pantanal, neste domingo (10), de mãos dadas com os jogadores do Cruzeiro e Corinthians, foram impedidas de realizar esse sonho infantil e ficaram frustradas.

Lucas Leite, de 6 anos, foi um dos que mais sofreu. Depois de saber que estava proibido de entrar em campo, chorou até o final do primeiro tempo. Só depois disso começou a se acalmar, como conta a mãe dele, Luciana Leite, 26, que é corintiana, como o filho.

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"Tinha criança chorando para todo lado, mas o meu foi o que deu mais trabalho. Como é muito pequeno e não tem noção direito das coisas, quando viu os jogadores entrando sem ele, aí que ele chorou mais ainda”.

Ela explica que o menino passou a semana toda na expectativa de entrar em campo e que a família fez gastos para tal. “Compramos uniforme completo, chuteiras, e avisamos à família que ele ia entrar de mãos dadas com um ídolo do futebol, mas, quando chegamos à Arena, às 13h30, horário que a organização do jogo havia pedido, ficamos sabendo que não ia dar mais. Foi um transtorno. Tinha criança chorando para todo lado, mas o meu foi o que deu mais trabalho. Como é muito pequeno e não tem noção direito das coisas, quando viu os jogadores entrando sem ele, aí que ele chorou mais ainda”, relata.

Mariana, de 7 anos, e Marco Antônio, de 9, também ficaram tristes, mas conseguiram lidar melhor com a frustração. É a avaliação que a mãe deles faz um dia após o episódio na Arena.

A juíza teria sido clara ao determinar que a documentação delas deveria ser protocolada até 4 de maio.

“Durante a semana a gente levou documentos exigidos e assinei o termo de cessão de imagem, tudo isso dentro do prazo, organizamos os uniformes e fizemos nossa parte. Chegaram a nos oferecer das crianças entrarem no próximo jogo, do Vasco, mas meus filhos são corintianos, como eu”, descarta a contadora Jaqueline Gonçalves, de 33 anos.

A decisão é da juíza Patrícia Ceni, do Juizado Especial do Torcedor de Mato Grosso. Ela se reuniu com antecedência com a direção da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), para tratar sobre várias questões relativas ao futebol, como a venda de bebidas alcoólicas no estádio e também a entrada das crianças, que são protegidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Nessa reunião prévia, a juíza teria sido clara ao determinar que a documentação delas deveria ser protocolada até 4 de maio.

As informações da Arena Pantanal são de que, a pedido do Corinthians, mais 10 crianças da escolinha Chute Inicial foram inclusas e atrasaram com a documentação. O protocolo que tinha prazo até o dia 4, na verdade foi feito no dia 6 de maio. A juíza não aceitou. O RepórterMT tentou falar com a direção da escolinha, deixou recado, mas, até o fechamento da matéria, não teve retorno.

 

Lucas

Lucas Emanuel, de uniforme completo. Registro feito em casa, antes do jogo

A Federação não questionou a decisão judicial e admite que errou, a pedido do Corinthians.

Outro problema que a juíza viu foi que foram credenciadas 22 crianças do Corinthians e somente 9 do Cruzeiro, o que contraria regras da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A Confederação determina a entrada de duas crianças para cada jogador titular.

"No sábado gastamos quase R$ 300 reais comprando o uniforme, chuteira, meião. Só me avisaram que a juíza não tinha autorizado às 13 horas".

A FMF reconhece que essa tradição das crianças entrarem junto com os jogadores em campo é uma forma de estimular futuros torcedores.

O jornalista Pablo Rodrigo, pai de Lucas Emanuel, de 5 anos, avalia que a juíza poderia ter flexibilizado porque, na opinião dele, com frustação infantil não se brinca.

Pablo explica que não sabia do prazo determinado pela juíza e que entregou os documentos dia 6. “Depois de fazer isso, confirmei para meu filho e ele que ficou feliz. No sábado gastamos quase R$ 300 reais comprando o uniforme, chuteira, meião. Só me avisaram que a juíza não tinha autorizado às 13 horas, pouco antes da disputa. Não contei para ele porque disseram que estavam tentando resolver, mas faltando meia hora para começar o jogo, contamos. Ele ficou chateado, como qualquer pessoa ficaria. Acredito que a juíza podia flexibilizar, até porque a frustração que as crianças tiveram é pior do que qualquer outra coisa".

DANO EMOCIONAL

Para a psicóloga infantil, Waleska Waetge Mendes, a frustação que essas crianças tiveram emocionalmente pode desencadear um trauma para o resto da vida e fazer até que eles se desinterenssem pelo futebol, que para essa geração é algo muito importante, já que os jogadores são ídolos-heróis para eles. “Caso isso não ocorra, o trauma pode ser ainda pior, a criança poderá levar esse trauma para o resto da vida. Irá se tornar uma pessoa que não arrisca mais, deixando de ter expectativa com as coisas, temendo uma nova frustração devido o trauma sofrido na infância” explicou a psicóloga.

Comente esta notícia

Igor 21/05/2015

Com certeza, com frustração infantil não se brinca!! Que os diga os milhões de crianças que passam fome na África!! A Federação e os Clubes de futebol têm que aprender a lidar com suas responsabilidades! E quanto às crianças frustradas, (na grande maioria mimadas) um novo playstation ou xbox 1 resolve a questão!! Apoio a decisão, o Poder Judiciário tem que ser respeitado. Ordens devem ser cumpridas, e que me desculpem os adeptos ao "jeitinho brasileiro"!

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Antônio 11/05/2015

No mínimo infeliz essa decisão. A Juíza puniu exclusivamente aqueles que ela deveria defender, ou seja, as crianças. Se fosse o caso, que punisse a Federação ou o time responsável pelo atraso. Um absurdo!!

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francinaldo 11/05/2015

Exma Sra. Juíza, por gentileza levante-se de sua confortável poltrona e com coragem dirija há qualquer escola pública ou particular, vai ver a educação e o comportamento dos alunos, meninos e meninas, vc terá grandes preocupações e trabalho por lá, com certeza.

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Gustavo 11/05/2015

Essas mães deveriam fazer um barraco lá isso sim. chamar a imprensa na hora p mostrar as crianças chorando. Queria ver se não iam entrar com os jogadores e se não com certeza eles iriam se comover e mandar levar todos eles p vestiário.

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Lia Lemos 11/05/2015

Com frustração infantil não se brinca. O pai disse tudo!!!

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5 comentários