JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTER MT
O juiz Alexandre Elias Filho, da 7ª Vara Cível de Cuiabá, negou suspender ação movida pela família do cantor Ramon Alcides Viveiros, atropelado e morto pela bióloga Rafaela Screnci Ribeiro, em frente à Valley, em 2018. Os familiares do jovem cobram R$ 805 mil de indenização por danos morais e materiais.
Após a absolvição sumária da bióloga pela morte do rapaz e da estudante Myllena de Lacerda Inocencio, os autores da ação pediram pela suspensão do andamento processual do pedido de indenização, até que uma apelação movida pelo Ministério Público no TJMT seja julgada.
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O MP contesta a decisão, apontando que o juiz Wladymir Perri, que inocentou a bióloga, agiu por motivos pessoais, por ter uma rixa antiga com o procurador aposentado Mauro Viveiros, pai de Ramon.
Por causa deste recurso, a família do cantor pediu para aguardar o julgamento, a fim de evitar que a ação por indenização seja prejudicada.
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Ao analisar o pedido, o juiz explicou que, conforme a legislação, as esferas cível e criminal são independentes, então, a sentença que absolveu a bióloga no processo penal não interfere na ação por indenização.
Na mesma decisão, proferida no último dia 15, o magistrado manteve o bloqueio dos bens de Rafaela e Manoel Randolfo da Costa, esposo da bióloga. São eles: um apartamento no edifício Golden Green Residence, uma casa no Condomínio Rio Cachoeirinha e um carro Nissan. O magistrado também manteve a penhora de cotas sociais de uma empresa com capital de R$ 110 mil e de um restaurante localizado no bairro Jardim Itália, em Cuiabá, em nome do casal.
O caso
O atropelamento aconteceu em 23 dezembro de 2018 e resultou na morte do cantor Ramon Alcides Viveiros e da estudante Myllena de Lacerda Inocencio. Já a estudante Hya Girotto ficou ferida e trata as sequelas até hoje.
No dia 16 de dezembro de 2022, o juiz Wladymir Perri absolveu sumariamente a bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, que havia sido denunciada por atropelar e matar os jovens em frente à Valley Pub. É essa decisão que o Ministério Público contesta, apontando que o juiz tem motivos pessoais para inocentar a mulher, por uma rixa antiga que tem com o procurador aposentado Mauro Viveiros, pai de Ramon.
“Por mais trágicos e chocantes que tenham sido os fatos, é inconcebível imaginar que, três jovens, com perfeitas condições de saúde, tenham se proposto a realizarem uma travessia de uma via colateral, ignorando os veículos que nela trafegavam, parando, recuando, dançando sobre a pista de rolamento, sem se importar com as próprias integridades físicas”, escreveu Perri em trecho de decisão.
