DO REPÓRTER MT
O Gabinete Estadual de Intervenção na Saúde de Cuiabá terá que fazer o descarte de mais de seis mil medicamentos vencidos, que foram comprados pela Prefeitura de Cuiabá, antes da intervenção, em quantidade muito superior a que realmente é utilizada nas unidades de saúde por mês.
Entre os medicamentos há itens que foram comprado mesmo já tendo grandes estoques no Centro de Distribuição, como o Etomidato 2mg/ml - Ampola 10ml, em que foram comprados, em novembro de 2022, um total de 3.825 itens, porém, a cada três meses são utilizados apenas 436. Por conta da má programação de compra, será necessário fazer o descarte de 1.680 itens.
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Outro medicamento, que será descartado por erro na programação de compra pela Prefeitura de Cuiabá, é o Aciclovir 50mg/g - 10mg creme, em que foram comprados 45 mil itens, em dezembro de 2021. No período de três meses são utilizados 17.086 itens, sendo necessário o descarte de 30 unidades.
A intervenção explicou que os itens que já estavam em estoque no Centro de Distribuição, e que foram de compras anteriores a essas, foram sendo distribuídos e doados, pois iriam vencer antes. No entanto, por conta da grande quantidade, não foi possível a distribuição de tudo em tempo hábil.
O descarte dos medicamentos será feito no final da próxima semana, com a presença dos órgãos controladores.
Outro lado
A prefeitura emitiu nota e disse que o descarte de medicamentos pelo gabinete de intervenção é irregular.
Veja abaixo:
⁃ Em 2021 o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou que o descarte de medicamentos só poderia ser realizado depois da auditoria realizada por meio da Auditoria-Geral do Município e a produção de um inventário, o que não foi requerido pelo Gabinete de Intervenção até o momento;
⁃ Afirma que o flagrante da CPI dos Indenizatórios, realizada no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos (CDMI), neste sábado (30) de manhã, dia em que não há expediente, diz respeito às prerrogativas e legitimidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, cabendo somente a ela se manifestar;
⁃ Por fim, ressalta que cabe à Câmara Municipal de Vereadores investigar e esclarecer denúncias e fatos que desnudam os trabalhos do Gabinete de Intervenção na saúde municipal.