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Cuiabá, 28 de Maio de 2025
28 de Maio de 2025

27 de Maio de 2025, 07h:00 - A | A

GERAL / ALPHAVILLE 2

Filhote de border collie morre e tutora suspeita de envenenamento de animais em condomínio

A tutora do filhote, a médica Ana Paula, contou que a perda de Chico agravou ainda mais o luto que a família já enfrentava desde fevereiro, quando perdeu outro cachorro de estimação.

EDUARDA FERNANDES
DO REPÓRTERMT



O filhote de border collie Chico, de apenas três meses e meio meses, morreu no último sábado (24), possivelmente vítima de envenenamento, no condomínio Alphaville 2, em Cuiabá. A tutora, a médica Ana Paula Carrijo Barbosa Andraus, contou ao que o animal era saudável, vacinado, vermifugado e bem cuidado. A suspeita é que ele tenha ingerido o vômito de um gato que também morreu no mesmo dia, o que levou a família a desconfiar de que ambos possam ter sido intoxicados pela mesma substância.

Ana Paula relatou que na manhã de sábado acordou cedo para um passeio em família. Enquanto arrumava as coisas, o marido foi molhar as plantas no quintal e deixou o filhote solto por alguns minutos. Foi nesse momento que o cachorro teve contato com um vômito no gramado. “Achei que era dele mesmo, porque ele tinha mania de comer qualquer coisa e depois vomitar. Por isso, não me preocupei na hora”, disse Ana.

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O veterinário falou na hora que era envenenamento.

Horas depois, já na chácara da família, ela recebeu mensagem da funcionária dizendo que Chico havia vomitado novamente. Em seguida, a funcionária não conseguiu mais encontrá-lo dentro da casa e só depois de muita procura ele foi achado debaixo de um arbusto, já sem forças, com os olhos fechados e o corpo enrijecido.

Um vizinho socorreu o animal e o levou até uma clínica veterinária, mas Chico não resistiu. “O veterinário falou na hora que era envenenamento. Meu vizinho ainda comentou se poderia ter sido alguma planta, mas ele disse que os sinais eram muito claros de intoxicação por veneno”, contou Ana.

Minutos antes de Chico ser localizado, uma vizinha relatou no grupo do WhatsApp que havia encontrado um gato morto na garagem, sem nenhum sinal de atropelamento ou ferimentos. A partir daí, Ana ligou os pontos. “O vômito que o Chico comeu provavelmente era desse gato. O conteúdo era arroz e feijão, e meu cachorro nunca comeu isso. Quando fizemos a necrópsia, o estômago dele estava com ração e esse mesmo conteúdo.”

O gato e os restos do vômito que Chico comeu também foram recolhidos e levados para análise.

Segundo a tutora, outros três gatos já haviam morrido na mesma rua ao longo deste mês de maio. Com a morte de Chico e do gato encontrado no sábado, são pelo menos cinco casos suspeitos de envenenamento no condomínio. Os exames toxicológicos ainda estão sendo processados, mas segundo Ana, a veterinária responsável pelo caso apontou que os sinais clínicos e os achados da necropsia nos dois animais são compatíveis com intoxicação por substância tóxica.

Enquanto a família ainda tenta lidar com a dor da perda repentina de Chico, Ana Paula aguarda o resultado do exame toxicológico, que deverá ser apresentado à polícia para dar mais peso às investigações. “O Chico era só um filhote, muito amado. Ele não merecia morrer assim.”

O Chico era só um filhote, muito amado. Ele não merecia morrer assim.

A tutora do filhote contou que a perda do border collie agravou ainda mais o luto que a família já enfrentava desde fevereiro, quando perdeu outro cachorro de estimação.

“Eu não estou conseguindo nem falar direito sobre isso. A situação já era muito difícil. Esse cachorro veio para nos dar alento depois que perdemos um pug de quatro anos e meio por negligência médica veterinária. Ele entrou bem no hospital, só para drenar uma lesão de pele, e me entregaram ele morto. Era o xodó da casa, o primeiro cachorro do meu filho. Estávamos vivendo um luto muito grande desde então.”

Segundo ela, a decisão de adotar um novo animal foi tomada com muito cuidado. “Depois de muito conversar, a gente achou que um novo filhote traria alegria, mais energia para nossa família. E veio esse border collie, cheio de força, de estripulia, para levantar o astral de todo mundo. Mas, de repente, a gente deixa ele em casa, sai para um passeio e quando volta ele está morto numa clínica veterinária. De novo.”

A tutora relatou ainda que as duas perdas aconteceram em situações semelhantes, ambas enquanto ela estava fora de casa. “O primeiro morreu enquanto eu estava numa missa. Entrei com ele internado, saí com a notícia de que estava morto. Agora, fui para a chácara e voltei com a notícia de que esse também morreu. Eu não sei o que Deus quer de mim, é muita dor. Meus meninos, de 8 e 12 anos... Esse final de semana lá em casa foi o Calvário.

Outro lado

Em nota, a administração do Alphaville 2 informou que “está ciente da situação envolvendo a morte do animal de estimação de uma moradora, ocorrida no sábado (24), e se solidariza com a dor da família”. O condomínio afirmou que já notificou a empresa responsável pela segurança para reforçar o monitoramento e solicitou que qualquer situação estranha seja imediatamente comunicada à portaria. Também orientou que as denúncias sejam registradas junto à Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema).

Leia abaixo a nota na íntegra:

A Associação Alphaville Cuiabá II informa que, diante dos recentes acontecimentos envolvendo animais no interior do loteamento, ainda não há confirmação oficial sobre as causas das mortes registradas.
As ocorrências estão sendo rigorosamente apuradas pela Policia Civil e Ambiental e a Administração da Associação está colaborando na apuração do caso que encontra-se sob investigação, com o devido acompanhamento das autoridades competentes.
Paralelamente, está sendo realizado o levantamento de imagens das câmeras de segurança do loteamento, as quais serão integralmente disponibilizadas às autoridades para auxiliar na possível identificação de envolvidos.
A Associação Alphaville Cuiabá II repudia com veemência qualquer ato de violência, negligência ou maus-tratos contra animais, reafirmando seu compromisso com o bem-estar coletivo, a segurança dos moradores e a qualidade de vida no empreendimento.
A Associação permanece à disposição das autoridades e da imprensa para prestar todas as informações necessárias, respeitando os limites legais e a confidencialidade das investigações em curso.
Atenciosamente,
Associação Alphaville Cuiabá II

Ativista animal acompanha caso

A situação causou comoção entre moradores e protetores de animais. Marlon Luz, ativista da causa animal, afirmou que irá acompanhar o caso de perto e exigiu providências. “Estamos falando de um crime. Se for confirmado que houve envenenamento, alguém está circulando pelo condomínio com a intenção de matar. Isso não pode passar impune. Os responsáveis precisam ser identificados”, declarou.

 

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