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Cuiabá, 03 de Maio de 2025
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09 de Junho de 2017, 10h:23 - A | A

GERAL / CÁCERES, 37 ANOS ATRÁS

Família Michels criou torneio que deu origem ao Festival de Pesca

O evento ganha repercussão dentro e fora do Brasil e mostra o potencial turísticos de uma das regiões do Pantanal Mato-grossense.

CORREIO CACERENSE



Começou a 36ª Edição, do Festival Internacional de Pesca Esportiva de Cáceres. Cerca de 20 mil turistas do Brasil e até do exterior, devem passar por Cáceres para prestigiar o maior Festival de Pesca em água doce do mundo. O evento vai até domingo (11) . 

Nesse contexto o Correio Cacerense, que acompanha desde a sua criação se vê no compromisso de defender a verdade sobre sua autêntica origem, não com o objetivo de protestar contra as estórias que permeia e deturpam a verdadeira história, mas de não deixar morrer  como tudo começou, do modesto Festival do Peixe, que se tornou o maior evento do gênero no mundo. Feliz coincidência tem como palco o berço do maior santuário ecológico do planeta: O Pantanal Mato-grossense.

Foi dado a largada de mais um Festival de Pesca em Cáceres e nesta edição, buscamos apenas e tão somente evitar que a verdade se perca em meio a contos e relatos fictícios, inclusive em respeito as futuras gerações, que merecem conhecer como tudo começou.

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O Correio Cacerense, procura mais uma vez retratar da forma mais fiel e verdadeira possível, a história do FIPe.

Tudo começou no de 1979, quando o técnico em eletrônica Aderbal Michels (in memorian), em visita a cidade de Barra do Bugres, onde prestava assistência a torre de televisão e rádio amadores, visualizou o cartaz com a publicidade de uma gincana de pesca. A gincana era organizada pela prefeitura e coordenada pelo Adelino Ferreira (Pirangueiro).

Apaixonado pela pesca, Aderbal  ao inscrever sua equipe composta por ele, seu pai Bertolino Michels (in memorian) e seu filho Adilson Michels, que na oportunidade foi impedido de participar por ter apenas 13 anos de idade, embarcando em seu lugar o jornalista do Correio Cacerense  Luizmar Faquini, fato esse que gerou revolta em Aderbal. Após participarem do festival e Aderbal selar amizade com Adelino Ferreira (Pirangueiro), resolveram trazer a ideia para Cáceres.

Para Aderbal e Adelino, amantes da pesca, não foi difícil despertar no então prefeito Ivo Scaff o entusiasmo pela ideia.  Assim no ano de 1980 nascia o Festival do Peixe em Cáceres, com apoio irrestrito do prefeito Ivo Scaff,  determinação dos pescadores de carteirinha Aderbal Michelis e Adelino Pirangueiro e apoio do comércio e amigos.

Participaram da primeiro Festival 72 pessoas na categoria pesca embarcada e 55 na categoria infantil. Naquele ano a prova de pesca durou 12 horas, não tendo área delimitada, tendo sido capturado 123 kg de pescado, que foram preparados e servidos no jantar de confraternização entre os participantes.

No 2º campeonato, em 1981, o evento começou a ganhar divulgação e receber visitantes de outros Estados, sendo capturado por Aderbal Michelis um jaú de 37 quilos.

A partir  de 1982 o evento passou a chamar-se Torneio Internacional de Pesca, por já contar com a participação de equipes do Exterior. Assim a cada ano o número de participantes foi crescendo.

Em 1984 e 1985, várias implementações surgiram, passando o torneio a fazer parte do CBPDS - Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos, que estabeleceu as regras oficiais da Confederação Brasileira de Pesca.  Nesses dois anos as provas foram realizados com o tempo de 24 horas, atingindo grande número de participantes.

No ano de 1985, a CBPDS confere a esposa de Aderbal, Orfélia Michelis (in memorian) o título de Coordenadora Oficial do Torneio e representante da Confederação em Cáceres. Também neste ano, Aderbal recebe a homenagem de Patrono do Torneio.

O tornei já solidificado começou a ganhar patrocinadores, como o Banco Itaú. E o evento ganha novas inovações   sendo inscrita a primeira equipe composta somente por mulheres, e pioneiras por coincidência ou não, duas integrantes filhas de Aderbal, Rosane e Triana Michels e a amiga Simone Valéria do Amaral, substituída um ano depois pela sobrinha de Aderbal, Marimar Michels.

O resultado dos esforços aliados a inovações implantadas ao longo dos anos de forma ininterrupta, buscando principalmente a organização e a seriedade, credenciaram o município a convite da CBPDS a sediar em 1992, o Campeonato Brasileiro de Pesca, onde a equipe formada por Rosane, Triana e Marimar Michels consagraram-se campeãs, tornando-se o primeiro trio feminino a vencer um campeonato de pesca em água doce no Brasil.

Nesse mesmo ano o torneio passa a fazer parte do Guinnes Book, Livro dos Recordes, com a participação de 190 embarcações, conduzindo equipes com três pescadores cada, nas categorias feminina e masculina.

O evento ganha repercussão dentro e fora do Brasil e mostra o potencial turísticos de uma das regiões do Pantanal Mato-grossense. 

Em 1993, o torneio passa oficialmente a chamar Festival Internacional de Pesca, desvinculando-se da  Confederação Nacional de Pesca, o que possibilitou mudanças nas regras, entre elas a valorização do peixe nobre e não somente do quilo. A partir desse ano passa a ser sorteado o local da pesca, anunciado apenas na hora da largada dos barcos, como acontece até hoje.

A preservação da fauna ictiológica passa a ser mais observada. Cada peixe fisgado é pesado, não estando dentro das medidas é devolvido ao rio, e os capturados dentro da medida eram doados a entidades filantrópicas.

A partir de 1997, visando a preservação das espécies de peixes no Rio Paraguai, a comissão organizadora implantou o Pesque-Solte e todos os peixes capturados após pesados  e medidos passaram a ser devolvidos ao rio com vida. No ano de 1998, o Festival recebeu equipes da Bolívia, Estados Unidos, França, México e Itália, também nesse ano foi implantado o tagueamento, técnica de marcar os peixes capturados com o objetivo de identificar e pesquisar o peixe caso novamente capturado.

Em 2000 o FIPe inova com oficinas públicas de artesanato, dança de salão, cerâmica entre outras. Neste ano foram 2.912 pescadores, sendo 1502 crianças/adolescentes e 1410 adultos, somando 470 equipes. Em 2001 devido ao baixo nível do rio, foram limitadas o número de inscrições para 400 equipes e permitiu o uso de embarcações com motor até 130 HP. E a prova infantil e juvenil foi limitada a 1.200 participantes.

E assim vem caminhando ano a ano chegando em sua 36ª Edição, com campanha mais acirrada visando a conservação do Rio Paraguai e seus afluentes.

O Festival do Peixe idealizado a principio por Aderbal Michels e Adelino Pirangueiro, ganhou corpo, tornou-se um grande evento, reconhecido internacionalmente. Desde a sua origem, a cada ano o Festival realizado pela Prefeitura de Cáceres, tornou-se um forte incremento do turismo na cidade conhecida como Princesinha do Paraguai.

O FIPe foi e continua sendo notícia em muitos jornais e revistas brasileiras e internacionais. O que nasceu pequeno, do sonho de um amante da pesca, é hoje o maior evento turístico de Mato Grosso.
Aderbal era um homem que lutava pela melhoria de Cáceres, sobretudo no campo do lazer e informação. Ele partiu em meados de 1985 e até hoje seu nome é lembrado durante o Festival de Pesca. 

Álbum de fotos

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Claudia Schiavinato 10/06/2017

Sobre a matéria "FIPe: A verdadeira História sem maquiagem" Bom dia ! Leio a matéria e novamente me orgulho dessa cidade na qual cresci e aprendi a amar. Falo aqui como cacerense de coração e como apreciador dessa festa que, como diz a reportagem veio a ser o maior campeonato de pesca de água doce do mundo. No entanto, a matéria é superficial e não cita o nome de uma das pessoas que mais contribuíram para que a festa chegasse onde chegou : Yêda Marli de Oliveira Assis. "A verdadeira história sem maquiagem" me parece mais uma história contada apenas parcialmente (o início dela, sendo exibidas apenas fotos em preto e branco) e faz acreditar que o festival foi realizado por uma entidade (Comissão organizadora), como se as coisas acontecessem como que num passe de mágica. Além disso não cita a importância de entidades sociais e voluntários que sempre contribuíram para o sucesso do festival. Eu sou filha da Yêda (digna cidadã cacerense, pois apesar de não ter nascido lá, ama essa cidade), e atesto que a mesma sempre se dedicou de corpo e alma à realização desse evento. Será que o autor da matéria teria coragem de sair na rua e perguntar sobre a verdadeira história do FIP? Acredito que a maioria das pessoas citariam o nome da pessoa que lutou bravamente para levar o nome dessa cidade para o mundo: Yêda. Todos sabem que o Aderbal era amigo da minha mãe e grande incentivador do trabalho dela. Além disso representa figura importantíssima e respeitada na História do FIP. No entanto, omitir o nome da Yêda numa matéria sobre a história do FIP só demonstra uma coisa: INGRATIDÃO.

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Cacerensse 10/06/2017

Só esqueceram de acrescentar nesta matéria o mérito do SR Jayme Da Costa e Faria que também estava junto com o Sr Aderbal . Que também ajudou e colaborou muito para que o FIP chegasse onde chegou.

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2 comentários