MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
A esposa do empresário Alan Malouf, Silvia Mônica das Neves Silva, registrou boletim de ocorrência ao afirmar que sofreu ameaças no estacionamento do Supermercado Big Lar, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.
O fato teria ocorrido no último dia 11 de maio – um mês depois do marido ter fechado acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), relatando uma série de casos de corrupção na campanha e na gestão do governador Pedro Taques (PSDB).
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No boletim, Mônica contou que dirigia pela Miguel Sutil e entrou no estacionamento do Big Lar. Em seguida notou que havia “homens” em um carro branco observando-a, sendo que dois deles estavam do lado de fora do veículo.
Segundo Mônica, um dos homens que falava ao celular veio em sua direção. Nesse momento, relatou aos policiais que acreditava se tratar de uma perseguição, pois o carro que dirigia era do marido. Conforme Mônica, ela já teria sido perseguida anteriormente.
"Para assinar o acordo de delação, Malouf concordou em devolver R$ 5,5 milhões aos cofres públicos"
A mulher acrescentou que permaneceu no carro, que é blindado, deu marcha ré e estacionou praticamente na porta de acesso do supermercado. Em seguida entrou no estabelecimento e ficou por lá alguns minutos até que os suspeitos fossem embora. Ela também disse aos policiais que não conseguiu identificar nenhum dos homens.
Delator
Durante a campanha de 2014 de Pedro Taques (PSDB) ao Governo do Estado, quando o tucano foi eleito, Malouf era um dos coordenadores financeiros. Ele teria ajudado a formatar um esquema de caixa 2 no qual foram investidos pelo menos R$ 7 milhões em valores ilegais.
Para recuperar os valores “investidos” na campanha, Alan Malouf e outros empresários se uniram ao então secretário de Educação, Permínio Pinto, para fraudar contratos de reforma e construção de escolas públicas em Mato Grosso.
Para assinar o acordo de delação, Malouf concordou em devolver R$ 5,5 milhões aos cofres públicos.
A delação teve o sigilo levantado pelo ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em um total de 20 anexos, aos quais o #reportemt teve acesso, o empresário relata casos de corrupção envolvendo o Governo do Estado.
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