KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
Já estão presos dois policiais civis e o oficial militar aposentado, acusados de comandar, à mão armada, a extração ilegal de ouro na Serra do Caldeirão, em Pontes e Lacerda, local que está sendo chamado de “nova Serra Pelada”.
Os policiais civis Reginaldo Aparecido Ferreira e Ademirson Júnior, lotados na Delegacia Municipal de Pontes e Lacerda, foram presos na cidade e estão no Presídio Miiltar de Santo Antônio do Leverger.
As prisões foram feitas pela manhã e à tarde desta sexta-feira (6), em Pontes e Lacerda e Cuiabá, pela Polícia Federal, que desencadeia a Operação Corrida do Ouro, por ordem judicial, dada em 16 de setembro, de interditar e desocupar o garimpo.
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Os policiais civis Reginaldo Aparecido Ferreira e Ademirson Júnior, lotados na Delegacia Municipal de Pontes e Lacerda, foram presos na cidade e estão no Presídio Militar de Santo Antônio do Leverger. O delegado regional Vitor Chab afirma que um terceiro civil, Everaldo Duarte Rodrigues, vai se entregar a ele neste sábado (7). O quarto civil é Vítor Hugo Pedroso, conhecido como “Vitão”, que está foragido e não há notícias do paradeiro dele. “Vitão” é lotado na Delegacia de Delitos de Trânsito (Delatran) da capital. Os quatro são investigadores.
O quarto civil é Vítor Hugo Pedroso, conhecido como “Vitão”, que está foragido e não há notícias do paradeiro dele. “Vitão” é lotado na Delegacia de Delitos de Trânsito (Delatran) da capital. Os quatro são investigadores.
“O comportamento deles era público e notório. Constantemente podiam ser vistos no garimpo exercendo poder”, disse ao uma fonte da Polícia Civil em Pontes e Lacerda.
Os civis vão responder a processo administrativo na Corregedoria da Polícia Civil, que tem como pena máxima a exoneração do serviço público.
O oficial reformado da PM, Sebastião Rodrigues Filho, foi preso em Cuiabá. Por ser aposentado, vai responder na Justiça Criminal comum.
Os crimes imputados a eles são formação de quadrilha e extração ilegal. As penas máximas dos crimes somadas podem chegar a 20 anos de prisão.
Usando armas, de acordo com a PF, esses civis e o militar estabeleceram a “lei do silêncio” no garimpo, criando enormes dificuldades à investigação.
Usando armas, de acordo com a PF, esses civis e o militar, além de outros envolvidos, estabeleceram a “lei do silêncio” no garimpo, criando enormes dificuldades à investigação.
Além da prisão deles, a Justiça Federal determinou o afastamento temporário cautelar das funções públicas.
O delegado federal Ronald da Silva de Miranda, que conduz a Operação, confirmou, através da Assessoria de Imprensa da PF, que sete prisões já foram realizadas das 10 autorizadas. Faltam três ainda, sendo duas dos policiais civis, e por isso a Operação não finalizou.
Quanto às apreensões, a PF informa que foram recolhidos documentos e mídia de computador. Ouro, não.
Sete prisões já foram realizadas das 10 autorizadas. Faltam três ainda, sendo duas dos policiais civis, e por isso a Operação não finalizou.
Há informações preliminares de que a PF vai desocupar de vez o garimpo no final de semana. Ainda há resistentes na área.
Sobre a Operação Corrida do Ouro, a Polícia Civil emitiu nota. Confira na íntegra.
A Polícia Judiciária Civil acompanha a operação Corrida do Ouro, deflagrada em conjunto com a Polícia Federal, nesta sexta-feira (06.11), em Pontes e Lacerda (448 km a Oeste), para desarticular uma organização criminosa especializada na extração e comércio de ouro do garimpo ilegal, instalado em área da União.
A Corregedoria Geral da Polícia Civil informou que, paralelamente à operação da Polícia Federal, cumpriu buscas no município de Pontes e Lacerda, para apurar denúncias envolvendo policiais civis. No entanto, as investigações são sigilosas e que por conta disso, não é possível apresentar detalhes.
Quanto à operação Corrida do Ouro, a Corregedoria aguarda cópia do inquérito policial para instaurar processo administrativo disciplinar, uma vez que a investigação criminal está a cargo da Polícia Federal.
O delegado geral, Adriano Peralta Moraes, disse que a Polícia Civil deu todo apoio à ação da Polícia Federal. “São ações simultâneas da Corregedoria Geral da Polícia Judiciária Civil, da Polícia Federal e demais órgãos de persecução penal. É um processo doloroso toda vez que temos que agir cortando na própria carne, mas é necessário para o fortalecimento da Instituição”, afirmou.
A operação da Polícia Federal tem a participação de policiais da Gerência de Operações Especiais (GOE), no cumprimento das ordens judiciais, e da Diretoria de Inteligência.