DA REDAÇÃO
Após ficar dois dias na condição de foragido da Polícia e acusado de conceder bilionários incentivos fiscais em troca de propina, o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), se apresentou na tarde desta quinta-feira (17) no Fórum de Cuiabá à juíza da sétima Vara Criminal, Selma Rosane de Arruda, que deferiu o pedido de sua prisão.
Em seguida, Silval foi encaminhado ao Corpo de Bombeiros do Bairro do Porto, para também se apresentar como preso.
Conforme apurou o
, Silval não foi ouvido pela juíza, sendo diretamente transferido para uma cela especial no 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, onde sua esposa ficou presa recentemente.
Conforme apurou o , Silval não foi ouvido pela juíza. Mas deve prestar depoimento ainda nesta quinta-feira (17) na Delegacia Fazendária (Defaz), que conduz a Operação Sodoma.
No Corpo de Bombeiros, ele irá para uma cela especial por exigência da defesa, já que é membro da OAB e como advogado teria o direito de ficar detido em uma 'sala de estado maior'. Como o Estado não conta com essa opção, o jeito foi acomodar o ex-governador no Corpo de Bombeiros.
Como advogado registrado na OAB, Silval teria o direito de ficar em uma 'sala de estado maior', mas como não há esta opção no Estado o jeito foi encaminhar o ex-governador para o Corpo de Bombeiros
Os advogados de Silval já haviam protocolado pedido de habeas corpus preventivo, mas o mesmo ainda não foi julgado. A defesa está aguardando o decisão do desembargador relator Alberto Ferreira de Souza, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-MT).
Um dos advogados de Silval, Valber Melo, disse ao que, ao se apresentar, o ex-governador estava "sereno". Ele não foi acompanhado de ninguém da família. Melo não quis informar onde o cliente dele estava escondido nos dois últimos dias.
No início da tarde desta terça-feira (15), dois ex-secretários de Estado do staff de Silval, Pedro Nadaf (Indústria, Comércio, Minas e Energia, que também comandou as pastas de Fazenda e Casa Civil) e Marcel Cursi (Fazenda), foram presos acusados de participarem do esquema de cobrança de propina para manter concessão de benefícios fiscais.
A Polícia Fazendária de Mato Grosso desencadeou a Operação Sodoma que apura crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção passiva.
O depoimento de um empresário do ramo de peças para tratores e caminhões, dono da Tractor Tractor Parts, que tem lojas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, além de outros empresários que teriam pagado propina é que subsidiaram a delegada Alana Cardoso a pedir as prisões, concedidas pela juíza Selma Arruda, na Sétima Vara Criminal de Cuiabá.
O empresário João Batista Rosa disse que pagou propina no valor de R$ 2 milhões e 600, em cheques, dinheiro e via transferência bancária, ao então secretário Nadaf, para não ser cortado do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), criado pela Lei nº 7.958 em 2003, com o objetivo de expandir, modernizar e diversificar as atividades econômicas de Mato Grosso, com ênfase na geração de emprego e renda e na redução das desigualdades sociais e regionais.
O depoimento do empresário foi prestado no inquérito 070/2015.
No dia 20 de agosto deste ano, a esposa do ex-governador, Roseli Barbosa, que também era secretária na gestão dele, foi presa, suspeita de liderar outro esquema, que teria desviado R$ 8 milhões dos cofres públicos, entre 2011 e 2014, período em que ficou à frente da pasta da Assistência Social. Mas conseguiu habeas corpus e responde em liberdade.

Dia 20 de agosto, foi a vez da mulher e ex-secretária de Assistência Social ser presa, apontada em outro esquema de desvio de dinheiro público.