MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) abriu sindicância para investigar o caso da servidora pública aposentada Ivone Alves de Almeida, de 67 anos, que morreu na madrugada de terça-feira (20) devido a complicações decorrentes de uma cirurgia estética feita no Hospital Militar de Cuiabá, por meio da empresa "Plástica Pra Todos".
Em nota divulga a imprensa nesta quarta-feira (21), o CRM ressalta que a sindicância irá apurar os fatos envolvendo as circunstâncias em que Ivone foi operada.
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Caso se comprove os indícios de irregularidades, a sindicância pode se transformar em um Processo Ético Profissional (PEP), que pode resultar na cassação do registro profissional dos médicos envolvidos na cirurgia.
Neste ano, duas pessoas morreram e outras duas apresentaram problemas sérios após passar por procedimentos estéticos na empresa.
Cirurgia e morte
Segundo a Polícia Civil, a servidora pública aposentada foi submetida a uma lipoabdominoplastia (associação de abdominoplastia e lipoaspiração) na tarde de segunda-feira (19), mas não resistiu e morreu por volta das 5h55 de terça.
O corpo foi encaminhado para procedimento pericial de necropsia junto a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e Instituto Médico Legal (IML).
Por meio de nota, a direção da "Plástica Pra Todos" informou que a paciente sofreu embolia pulmonar após o procedimento.
“A tromboembolia pulmonar é a causa grave mais comum decorrente de procedimentos cirúrgicos, possuindo como característica a ausência de completa previsibilidade e súbita evolução, tendo em vista que consiste no deslocamento de algum coágulo preexistente nos pacientes até o pulmão, afetando rapidamente todo o organismo”, diz trecho da nota.
A empresa ainda declarou que todos os protocolos prévios e pós-cirúrgicos foram atendidos com rigor e que a cirurgia transcorreu na mais “absoluta normalidade”. A "Plástica Para Todos" frisa que a paciente estava liberada para realização da cirurgia por médicos especialistas de sua confiança.
Por fim, a empresa aguardará a conclusão do laudo de necropsia para prestar outros esclarecimentos.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A Associação Beneficiente de Saúde dos Militares de Mato Grosso (ABSM-MT), mantenedora do Hospital Militar, disse em nota que todos os protocolos prévios de responsabilidade foram realizados e que também aguardará a conclusão do laudo da necropsia e do parecer da DHPP, para prestar outros esclarecimentos.
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