Crea aponta falhas graves e riscos a usuários da Orla do Porto

RepórterMT

O guarda-corpo é considerado baixo e foi instalado invertido, o que gera risco de queda.

CAMILA PAULINO
DA REDAÇÃO

As obras da Orla do Rio Cuiabá, na região do Porto na Capital apresentam problemas estruturais e falhas nos aparatos de segurança que podem colocar em risco a segurança de visitantes. A constatação foi confirmada pela equipe de Fiscalização Preventiva e Integrada (FPI) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT), que vistoriou o local.

O engenheiro civil André Luiz Schuring, membro do Conselho Federal (Confea) falou ao que o Crea foi acionado após denúncia do Ministério Público do Estado (MPE-MT) de que a área estaria com problemas estruturais.

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André explica que o guarda-corpo instalado no mirante da orla está invertido, e este é um dos principais riscos por se tratar do local mais alto. Se a estrutura ceder, a queda de cerca de 12 metros de altura pode causar sérias lesões.

“A grade tem 1,20 m de altura, portanto se uma criança ou alguém de baixa estatura escorar ali, pode cair, escorrer, enfim é perigoso”, disse o engenheiro.

Outra falha apontada pela equipe de FPI é na caixa do gabião que é a estrutura feita com tela de aço, preenchida com pedra brita para contenção da margem do rio, que apresenta problema de contenção, o que ocasinou rachaduras e infiltrações nos pisos, na parte que compreende o Córrego Mané Pinto até os restaurantes. 

"Do córrego para a direita, onde estão os bares, o gabião está deformando, e apesar de não trazer riscos para a segurança, acaba comprometendo a parte de piso, que acaba se soltando, por isso precisa ser reparado”, pontuou André. 

Outro local com problemas é no Teatro de Arena, com rachaduras, azulejos soltos e tijolos quebrados. O espaço foi construído para receber pequenas apresentações, com arquibancada de alvenariua e um palco para shows. 

Segundo o engenheiro, uma cópia do relatório técnico foi encaminhada para o MPE e para a prefeitura para que sejam tomadas as devidas providências, já que o Crea não tem autonomia para acionar judicialmente a empresa ou responsáveis pela obra. 

“Nós [Crea] não podemos tomar nenhuma atitude contra a empresa ou profissional, nós agimos conforme provocados para verificar algum caso pontual, se a técnica do engenheiro foi aplicada corretamente, ou analisar a situação de algum credenciado”, disse Schuring que esclareceu que o Crea apenas fiscaliza o ofício dos profissionais registrados no conselho, mas não acompanha o decorrer da execução das obras.

A reportagem falou com o secretário de Obras Públicas de Cuiabá, Vanderlúcio Rodrigues que disse estar aguardando receber o relatório do Crea para definir o que compete à cada empresa responsável pela execução, pois a prefeitura tem cobertura da empresa por cinco anos para reparar problemas na obra.

"Cada etapa é de competência de uma determinada empresa, por isso eu preciso ver o que foi apontado pelo relatório do Crea para poder tomar as medidas cabíveis", explicou o secretário.

Além disso, Vanderlúcio explicou que aquilo que compete ao Executivo vai pedir para sua equipe realizar os reparos imediatamente.

A Orla do Rio Cuiabá

A obra de revitalização da Orla do Rio Cuiabá teve custo na ordem de R$ 24 milhões e foi uma das últimas obras entregues pelo ex-prefeito Mauro Mendes (PSB), em dezembro de 2016. 

O projeto compreende um trecho de 1.300 metros que segue entre da Avenida XV de Novembro até a Avenida Miguel Sutil. 

O espaço é considerado um dos principais pontos turísticos da Capital.

Na inauguração recebeu o show nacional da cantora Anita, além de ter sido o lugar das comemorações das festas de Ano Novo, Carnaval e também será o palco das celebrações de 298 anos do aniversário de Cuiabá.