KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
Bancários de Mato Grosso e de todo o país entram em greve nesta terça-feira (6) e avisam que o movimento é por tempo indeterminado.
Os bancários, que têm como data base o mês de setembro, reivindicam nesta campanha salarial de 2015 16% de reajuste salarial linear, sendo 10,3% em recomposição inflacionária e 5,7% de aumento real.
“Se alguém tiver algo urgente a resolver nas agências bancárias que faça isso nesta segunda (5), porque a clientela dos bancos só poderá movimentar as contas, nos próximos dias, através dos caixas eletrônicos”, avisa o presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, José Guerra.
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Os bancários, que têm como data base o mês de setembro, reivindicam nesta campanha salarial de 2015 16% de reajuste salarial linear, sendo 10,3% em recomposição inflacionária e 5,7% de aumento real.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) fez uma primeira contraproposta de 5,5% e mais um abono de R$ 2.500, pago em apenas uma parcela.
Na última sexta-feira (2), a categoria, em Assembleia Geral, rejeitou a contraproposta e confirmou a greve, dando prosseguimento às negociações, porém, com as agências fechadas.
“Estamos adoecendo. Mais de 60% de nós sofre de problemas psicológicos, porque a pressão é muita. Eles estabelecem metas e quando atingimos os 100%, já querem 120%”, reclama o sindicalista.
O presidente do Sindicato destaca que a categoria endurece muito em época de campanha salarial, porque está sofrendo, na rotina, não somente por conta da baixa remuneração, mas devido às exigências do mercado financeiro.
“Estamos adoecendo. Mais de 60% de nós sofre de problemas psicológicos, porque a pressão é muita. Eles estabelecem metas e quando atingimos os 100%, já querem 120%”, reclama o sindicalista.
Outra coisa que segundo ele impacta na vida dos bancários é a grande quantidade de gente para ser atendida nas agências contra a pequena quantidade de funcionários. “Já somos poucos e os bancos ainda estão demitidos como é o caso do Itaú e do Bradesco, por isso as filas não diminuem”, explica. “Quem aguenta é o bancário, porque quem vai a agência não quer saber quem foi demitido, se tem estrutura, nem nada, ele quer é ser bem atendido e rápido, eu dou razão aos clientes, porque o que pagam de tarifa bancária não é pouco. Como isso não é regulamentado, os bancos cobram o que querem”.
Os bancários afirmam, publicamente, que os cinco maiores bancos no Brasil lucram por ano R$ 36 bilhões, não tendo nenhum outro setor capaz de chegar a este limite.
Na ponta do sistema, estão os técnicos bancários, que fazem o atendimento da população nas agências, que recebem o salário de R$ 1.600,00, por uma jornada de seis horas.
Em Mato Grosso, trabalham nas agências bancárias seis mil trabalhadores. Para marcar o início do greve, em favor deles, haverá mobilização em frente às agências nesta terça.
Em 2014, na campanha salarial, também teve greve. Por uma semana as agências ficaram fechadas, até que a Fenaban e os grevistas entrassem acordo.
A privisão para este ano, conforme o Sindicato dos Bancários, é de que a greve pode durar mais tempo, devido à conjuntura de crise generalizada.