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Cuiabá, 05 de Novembro de 2024
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06 de Outubro de 2019, 09h:50 - A | A

ESPORTES / GINÁSTICA ARTÍSTICA

Jade se machuca, Brasil fica sem vaga e fecha Mundial em 14º lugar

Depois de quatro participações em Olimpíadas como time, país só garante uma vaga individual no feminino em Tóquio. Flávia Saraiva avança a três finais, e Simone Biles brilha.

GE



Jade Barbosa virou de costas e só rezou. Não conseguiu ver o Brasil se apresentar no Mundial de Ginástica e não pôde ajudar neste sábado. Medalhista de um Mundial justamente em Stuttgart, a ginasta lesionou o joelho direito no salto, logo no primeiro aparelho. Um desfalque que foi decisivo para o Brasil ficar fora da Olimpíada de Tóquio 2020 como equipe, quebrando uma sequência de quatro participações nos Jogos. Flávia Saraiva garantiu um posto individual para o país, além de três finais na Alemanha, mas não teve muito motivo para comemorar com o Brasil na 14ª posição.
Simone Biles, por outro lado, brilhou. A grande estrela da competição se garantiu em todas as seis finais do Mundial de Stuttgart e conseguiu seu grande objetivo: realizou com perfeição duas novas acrobacias, colocando seu sobrenome no código de pontuação mais duas vezes.

Por estar na última rotação ao lado da já classificada equipe dos Estados Unidos, o Brasil já entrou em ação sabendo exatamente quantos pontos precisava somar para se garantir em Tóquio 2020. A Espanha era o time a ser batido, com 159,021 pontos. Em relação ao bronze do Pan de Lima, as brasileiras precisariam crescer pelo menos meio ponto. Só que a lesão de Jade foi crucial. Ela tinha uma nota importante nas barras assimétricas e deixou a trave e o solo sem notas de descartes. O Brasil somou apenas 157,596 pontos e acabou atrás não apenas da Espanha, como também da Austrália. 

Graças a Flávia Saraiva, o país ainda levou uma vaga olímpica através da disputa do individual geral. Ela foi a 11ª colocada, somando 54,932 pontos, e avançou à final. Flavinha também conseguiu pela primeira vez ir a uma decisão da trave em Mundial, ficando na quinta posição, com 13,700 pontos depois de ter sua nota aumentada em 0,3 com um protesto do Brasil. A terceira final de Flavinha vai ser no solo. Quinta colocada no aparelho no Mundial do ano passado, ela foi a sétima em Stuttgart, com 13,833 pontos. 

- A principal missão era classificar a equipe, mas não vamos desistir. Não é nossa última Olimpíada, não é nosso último ano de vida. Vamos continuar lutando que 2024 está aí. Lutamos o ano todo. Claro que não foi um ano perfeito. Foi um ano muito difícil. Mas todo mundo lutou até o último segundo para tentar conseguir a vaga - disse Flavinha. 

Flavinha garantiu uma vaga individual ao Brasil em Tóquio 2020, mas a vaga é do país, não da atleta. O Brasil ainda pode conseguir mais vagas individuais no Circuito da Copa do Mundo e no Campeonato Pan-Americano do ano que vem. 

 

 

Prova a prova

Primeira rotação

O Brasil começou no salto, aparelho que dá mais pontos. Thaís Fidelis abriu com 13,633, mesma nota que Letícia Costa. Flavinha acertou seu Duplo Twist Yurchenko (DTY) e tirou 14,566. Jade Barbosa fez o mesmo salto e chegou mal, conseguindo 14,133. A nota ainda foi boa e deixou o Brasil com 42,332 pontos, melhorando a pontuação do Pan (41,500). Só que Jade saiu mancando, se tornando preocupação para a continuação da competição.
A arena inteira então parou para acompanhar Simone Biles no solo. Ela foi a última a se apresentar na primeira rotação. De cara já executou sua nova acrobacia, que agora oficialmente passa a se chamar Biles 2. Ela pisou fora da área, mas seguiu firme para realizar já na sequência o Biles 1. Só a americana mesmo para ter duas acrobacias de alto grau de dificuldade em uma série. Ovacionada, Simone recebeu 14,833 pontos para liderar o solo.
Segunda rotação
Jade nem foi para o aquecimento nas barras assimétricas. A lesão no salto não a permitiu seguir na competição. Foi um baque para o Brasil, que ia para seu aparelho mais fraco. Thaís abriu com 12,733. Letícia, substituindo Jade, sofreu uma queda na saída e ficou com 11,300, nota que foi descartada. Flavinha conseguiu 12,833. Lorrane, especialista no aparelho, tirou 13,633. Com 39,199 pontos, o Brasil ficou em uma situação complicada, atrás da Espanha na parcial.
Simone Biles, por outro lado, não tinha problema algum, sobrava. Ela conseguiu média de 15,199 no salto e só ficou atrás da compatriota Jade Carey, que teve média 15,200 com dois grandes saltos. 
Terceira rotação
O Brasil iria precisar recuperar na trave. Thaís mostrou firmeza e abriu a o aparelho com uma boa série tirou 12,833 pontos. Flavinha também foi bastante segura e precisa nas acrobacias, só perdeu uma ligação de elementos, mas ainda conseguiu 13,700 pontos. Letícia Costa lutou para se manter em cima do aparelho e conseguiu passar sem falhas graves, apesar de estourar o tempo em dois segundos e tirou 11,233. Com 37,766 pontos, o Brasil conseguiu ser melhor que a Espanha na trave, mas ainda precisaria triar quase um ponto de diferença no solo.
Em seu aparelho menos forte - de fraco Simone não tem nada -, a americana voltou a brilhar e conseguiu um posto na final. Era a única prova em que a presença dela na decisão era incógnita. Simone acabou com as dúvidas ao tirar 14,733 pontos e ficar na sétima posição. 
Quarta rotação
A vaga começou a escapar de vez no solo. Logo na primeira acrobacia, Thaís Fidelis sofreu uma queda. Ela que foi quarta colocada neste aparelho no Mundial de 2017 tirou apenas 11,833 pontos. Flavinha ainda entrou no solo e deu show, conseguindo 13,833 pontos e uma vaga na final do aparelho. Letícia Costa fechou bem o solo, fez até o movimento Dos Santos 1, o famoso Duplo Twist Carpado. Não foi o suficiente. Com 12,633 de Letícia, o Brasil só somou 38,299 pontos no aparelho final. Com 157,596 pontos, acabou apenas na 14ª posição. Fora da zona de classificação.
Biles conseguiu ser a melhor na trave também, inclusive realizando o movimento tão esperado que levará seu nome. Ela realizou a saída do aparelho com um duplo mortal grupado para trás com dupla pirueta. É um elemento que algumas ginastas fazem no solo, mas nunca alguém tinha apresentado na saída da trave. Simone apresentou e assim pode homologar a acrobacia no Mundial de Stuttgart.

 

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