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Cuiabá, 09 de Maio de 2025
09 de Maio de 2025

20 de Julho de 2024, 16h:25 - A | A

ESPAÇO DO EDITOR / EDITORIAL

Quarto revirado para parecer assalto, sinais de luta e 34 facadas; as nuances de um crime

Raquel Cattani foi morta a facadas na manhã de sexta-feira (19), e o corpo foi encontrado pelo pai, deputado Gilberto Cattani.

DO REPÓRTERMT



Há pouco mais de 24 horas, o noticiário mato-grossense e nacional se debruça sobre a cobertura do brutal assassinato da filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL). No corpo de Raquel Maziero Cattani Xavier, o exame de necropsia realizado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) identificou 34 facadas. E diante de tamanha crueldade, algumas perguntas ecoam sem respostas: Quem teria cometido tal atrocidade? E por qual motivo?

Empresária, mãe de dois filhos, em processo de divórcio do marido, a jovem de 26 anos lutou bravamente pela vida. Segundo a perícia, Raquel tinha diversas lesões de defesa, sobretudo no braço esquerdo e mão esquerda.

A bagunça encontrada na residência onde o crime ocorreu e as condições do corpo de Raquel indicam claramente uma luta corporal. “Havia sinais claros de violência no ambiente e no corpo da vítima, que estava visivelmente machucado e mostrava sinais de tentativa de defesa”, disse à imprensa um dos delegados que acompanha o caso, Guilherme Pompeo.

Seria um latrocínio? A desordem na casa, uma televisão quebrada, bem como o fato de a motocicleta e o celular da vítima terem sido levados, indicariam um assalto, o que faria deste um caso de latrocínio, roubo seguido de morte. Teria Raquel sido vítima de um ladrão qualquer, que ao ter dificuldade para roubar a casa desferiu 34 facadas nela durante uma intensa luta?

Seria um feminicídio? Desde o primeiro momento, várias suspeitas foram levantadas e uma delas apontava para o ex-marido de Raquel, Romero Xavier. Ele compareceu espontaneamente ao local do crime, se apresentou à polícia e negou qualquer envolvimento no assassinato. Após os trabalhos de perícia na residência, acompanhados tanto por Romero quanto pelo pai e mãe de Raquel, ele foi levado para a delegacia, onde prestou esclarecimentos e foi liberado.

Em comunicado oficial, a Polícia Judiciária Civil informou que descartou, “preliminarmente”, o envolvimento do ex-marido da vítima no crime.

Seria um crime político? Os juízes da internet, como sempre, se apressaram em cravar motivações para o crime e uma delas foi relacionada à atuação parlamentar de Cattani, um político da Direita, defensor do armamento, conhecido por posicionamentos polêmicos. 34 facadas, vale ressaltar, podem ser um sinal para a polícia. Em um simples roubo 34 estocadas? Parece mais coisa de alguém com muito ódio da jovem, ou da família. Seria um recado? Seria vingança?

São várias as perguntas sem respostas, mas as investigações estão apenas começando e é preciso esperar o desenrolar dos trabalhos policiais.

Enquanto isso, a classe política se mobilizou para amparar a família neste momento de dor. O governador Mauro Mendes (União), o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), secretários, deputados, a senadora Margareth Buzetti (PSD) e até mesmo a ex-primeira-dama da República Michelle Bolsonaro se deslocaram até o município de Lucas do Rio Verde, onde ocorreu o velório e sepultamento de Raquel neste sábado (20).

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