RAFAEL DE SOUSA
DA EDITORIA
Quero usar este espaço para afirmar que não sou contra servidores, muito menos bolsonarista. Sei que serei execrado ao fazer uma breve análise da atitude de grande parte da categoria da Educação, orientada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), sobre a volta às aulas no Estado.
Mas não me importo, falo aqui em nome da maioria da população.
Nos últimos dia as atitudes de alguns sindicalistas causam espanto. Eles pressionam deputados, o Governo do Estado e até ousam a desrespeitar a Justiça afirmando que não vão, de forma alguma, retornar às salas de aula enquanto os professores não se sentirem seguros.
Desafiam a mesma Justiça que no começo da pandemia determinou que os educadores fossem para casa, o que foi obedecido de forma unânime e certeira. Mas quando a se trata da volta, preferem entender que a ‘Justiça’ joga contra os trabalhadores.
No meu papel de jornalista de analisar os fatos e informar fazendo com que o leitor reflita sobre determinada questão, me peguei pensando sobre o porquê da resistência da volta do ensino presencial nas escolas de Mato Grosso. Falta de segurança quanto à própria saúde e das respectivas famílias?
Analisando mais de perto, alguns fatos me chamam a atenção.
Se a preocupação é voltar para a rotina, mesmo que de forma controlada, em um ambiente com medidas de biossegurança, distanciamento e até mesmo em modo de revezamento de alunos para evitar aglomeração, se infectar e levar o coronavírus para casa, colocando em risco outros familiares, o que dizer das manifestações com grande participação desses mesmos profissionais?
Foram dois protestos na Capital contra o presidente Jair Bolsonaro, assim como em várias outras cidades mato-grossenses. Manifestações ok! Direito previsto na Constituição. Mas e ‘aquela’ preocupação com o vírus?
Educação para todos também está previsto na Constituição.
Não podemos falar que em ‘manifestações’ há um ambiente controlado, podemos? O que vimos foi aglomeração e os cuidados, aonde?
Os sindicalistas usam seus sites para convocar os profissionais. Isso é proteger a categoria?
Inclusive em Cuiabá a professora, e atual vereadora, Edna Sampaio, da Unemat, foi contaminada pelo novo coronavírus. Não foi dando aula que ela se infectou, ou estou errado?
A maioria de pais e mães de família estão trabalhando, sem nem pensar em vacina, pois, precisam colocar ‘comida na mesa’. Vacina sim, quando chegar a vez desses trabalhadores que não tem sindicato para ‘fazer pressão’ e o que importa é cuidar da família.
Não vou nem colocar nessa conta, as centenas de pessoas aglomeradas em um açougue da Capital em busca de ossinhos, pois, não são bancadas pelo dinheiro público. Apesar disso, são elas que pagam os salários desses servidores que querem “trabalhar de casa”.
Será que essas pessoas possuem dinheiro para “bancar” internet e celular para seus filhos estudarem?
Falando em cuidar da família, esses mesmos pais e responsáveis contam com a escola para garantir um futuro melhor para seus filhos, ou até mesmo, para os próprios, que ainda acreditam na educação como forma de transformar a vida. Mas qual o exemplo que está sendo dado? Até onde vai o limite de lutar por direitos e pensar no próximo. No caso dos professores, pensar numa sociedade inteira?
Educação à distância demanda logística e dinheiro. Nem todos podem bancar, além da ‘eficácia’ do ensino não ser a mesma.
Vale ressaltar que exemplifiquei pelas determinadas manifestações, devido à grande participação dos sindicalistas. Mas podemos acrescentar nessa ‘conta’ que não estamos mais em isolamento social, embora seja imprescindível os cuidados, e que todos nós, crianças, adultos e idosos, das mais diversas profissões, estamos convivendo em mercados, farmácias, açougues, etc. Afinal, a vida não pode parar! Nem a educação.
A reflexão vale ainda para ressaltar a importância que professores têm na vida de cada aluno e na sociedade de forma geral. São como ‘segundos pais’ e devem ter a mesma responsabilidade com cada ‘pequeno’, adolescente ou adulto que precisa do ensino para mudar sua vida, crescer e conquistar objetivos.
Tenho muitos professores que fazem parte da minha vida até hoje, a quem sou muito agradecido e que sempre colocaram a ‘missão’ na frente do pessoal. Lutaram, manifestaram, mas cumpriram ao que se propuseram.
Existe a influência negativa, mas tenho certeza, como já ouvi de alguns professores próximos, que “chega! é hora de voltar”.
Ruy 04/08/2021
Manifestação À FAVOR também espalha COVID! Mas como como esse sitezinho é bolsonarista até a medula, nada de novo...
alexandre 26/07/2021
Tudo petebas...
Prof 24/07/2021
A hipocrisia das hipocrisias que andei testemunhando professores revoltados com volta as aulas e os filhos estudando na rede particular.
Costa 23/07/2021
Falou tudo concordo e assino abaixo. Parabéns pela colocação.
Ana 23/07/2021
so vi bandeira vermelha, tem certeza que é no brasil?
Alberto 23/07/2021
O bolsonarismo é pior que o vírus covid. Tem mais é que manifestar contra.
Juscelino Ribeiro 23/07/2021
Pura verdade. Bela reportagem, parabéns.
7 comentários