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Cuiabá, 15 de Setembro de 2025
15 de Setembro de 2025

01 de Novembro de 2016, 07h:40 - A | A

POLÍTICA / DERROTA DE WILSON

'Taques terá que rever sua relação com o eleitorado cuiabano', diz analista

Alfredo da Mota Menezes minimiza a visão negativa da eleição, porque a história mostra que virou tradição em Cuiabá, o eleitor não eleger o candidato do governo

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO



Logo após o resultado da eleição para prefeito de Cuiabá ser definido, neste domingo (30), um grupo de servidores públicos, que aguardavam a chegada do prefeito eleito Emanuel Pinheiro (PMDB), bradaram palavras de ordem como: “Eu sou servidor com muito orgulho, com muito amor” e “Pedro Taques, pode esperar, a sua hora vai chegar”, demonstrando um claro tom de revanchismo na escolha do candidato à Prefeitura.

“O desgaste do governador contribuiu um pouco, mas o que contribuiu mesmo, que foi a causa da derrota do Wilson Santos, foi uma candidatura improvisada, lançada nos 45 minutos do segundo tempo", disse Onofre Ribeiro.

A animosidade entre a classe trabalhadora do Estado, o governador e o candidato Wilson Santos (PSDB), surgiram no período da greve geral pelo pagamento da revisão geral anual (RGA), em que o candidato, então líder do governo da Assembleia Legislativa, se posicionava firmemente contra o pagamento do reajuste. O impacto disso foi ponto preponderante no resultado da eleição municipal.

“Ele entrou com aquela rejeição que ele tinha, inclusive o recente desgaste da discussão da RGA, que ele era líder do governo”, lembra.

Questionando se, por conta dessa conjuntura, a derrota de Wilson Santos nas urnas seria também uma derrota política do governador Pedro Taques, o ouviu os analistas políticos e professores Onofre Ribeiro e Alfredo da Mota Menezes, que têm opiniões diversas com relação ao tema.

Para o professor Onofre Ribeiro, o desgaste de Pedro Taques junto ao funcionalismo público contribui pouco na campanha tucana. Para ele, o que pesou mais foi a candidatura lançada de improviso, no último momento. “O desgaste do governador contribuiu um pouco, mas o que contribuiu mesmo, que foi a causa da derrota do Wilson Santos, foi uma candidatura improvisada, lançada nos 45 minutos do segundo tempo. Naquele dia quando Mauro Mendes sai, deixou o PSDB na obrigação de ter um candidato. O Wilson Santos era a quinta opção. Ele topou e entrou”, disse ao .

No entanto, Onofre afirma que a escolha de Wilson trouxe para a campanha o desgaste da RGA. “Ele entrou com aquela rejeição que ele tinha, inclusive o recente desgaste da discussão da RGA, que ele era líder do governo”, lembra.

“Wilson saiu maior do que ele entrou. Foi bom, mesmo com a derrota. Para ele foi bom, se mostrou, falou o que tinha que falar, mostrou coisas da vida dele e tudo mais”, opinou Alfredo Menezes.

Com relação à manifestação dos servidores no local da apuração dos votos, o professor afirma que isso não representa o pensamento único dos servidores. “Isso não é a voz geral porque o próprio funcionário vai ser vítima de uma possível má gestão, votando com o fígado, trazendo para dentro de uma eleição de município uma briga de funcionário público, isso é pequeno. Isso não representa muito dentro a derrota. São posições mais isoladas”, acredita.

Wilson perdeu, mas saiu fortalecido

Considerando o impacto da derrota para Wilson, o analista enxerga um saldo positivo para o deputado estadual, que volta fortalecido para a Casa de Leis. “A trajetória do Wilson ficou ótima, ele volta para a Assembleia. Ele se elegeu deputado estadual, há dois anos, com 22 mil votos e volta com 103 mil votos. Ele ganhou. A vida dele segue normal. A situação dele é ótima”.

O mesmo pensamento é compartilhado pelo professor Alfredo da Mota Menezes, que viu na eleição municipal uma oportunidade de fortalecimento do candidato tucano. “Wilson saiu maior do que ele entrou. Foi bom, mesmo com a derrota. Para ele foi bom, se mostrou, falou o que tinha que falar, mostrou coisas da vida dele e tudo mais”, disse ao .

“O governador foi muito bem votado aqui na eleição de governo. Perdendo a eleição aqui, ele vai ter que rever a relação dele com Cuiabá. Ele vai ter que criar uma estratégia para lidar com o eleitorado de Cuiabá", frisou.

Reavaliação do governador 

No entanto, o resultado da eleição municipal teria sido pior para o governador, que deve rever seus conceitos para continuar com sua influência em Cuiabá, na visão de Ribeiro. “O governador foi muito bem votado aqui na eleição de governo. Perdendo a eleição aqui, ele vai ter que rever a relação dele com Cuiabá. Ele vai ter que criar uma estratégia para lidar com o eleitorado de Cuiabá. É preciso que ele tenha sensibilidade para isso. Ele vai ter que mudar a linguagem e a estratégia. Ele vai ter que recomeçar porque todo mundo sabia que, apesar da improvisação, Wilson era candidato do governo”, avalia.

Tradição de equilíbrio de forças

Mas o professor Alfredo Menezes minimizou essa visão negativa do impacto da eleição para o governador porque, segundo ele, a história mostra que virou tradição em Cuiabá, não eleger o candidato do governador. “Se você pegar a história, o último governador que fez prefeito foi o Dante, em 2000, com Roberto França. De lá para cá, nenhum fez prefeito na capital, nem Blairo no auge. O Blairo perdeu a Prefeitura aqui e ganhou a eleição no Estado. (...) Blairo apoiou o Alexandre César e perdeu, o Blairo apoiou o Mauro Mendes e perdeu, Silval apoiou o Lúdio Cabral e perdeu. E o Pedro perdeu com o Wilson Santos. Virou tradição na capital”, afirmou. 

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alexandre 01/11/2016

"O Estado sou eu", wilson saiu queimado, muita baixaria, seguidores de Maquiavel, sempre disse que a arrogância e prepotência iriam derrubar o governo, não ouviram a voz rouca das ruas, em 2018 vai ser bem pior, se continuar por esse caminho.

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