Taques lembra operação do Gaeco contra prefeito para detonar partido de Emanuel

Assesoria

“Não podemos deixar fazer com Cuiabá o que fizeram com Mato Grosso quando quebraram esse Estado”, asseverou.

FRANCISCO BORGES
DA REDAÇÃO

O evento organizado pela cúpula do PSB, ocorrido na noite de quinta-feira (15), em Cuiabá, não serviu somente para “mostrar” que o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) subiria no mesmo palanque do candidato ao comando ao Palácio Alencastro, Wilson Santos (PSDB). Mas também para atacar a legenda do principal adversário do grupo, candidato Emanuel Pinheiro (PMDB).

Presente no evento, o governador Pedro Taques (PSDB) fez duras críticas à legenda do ex-governador Silval Barbosa, preso há um ano, dizendo que “quem está do lado de lá é traidor do povo e ladrão”.

Na ocaisão, Taques mencionou o episódio ocorrido na tarde do mesmo dia, em Sinop, onde o prefeito Juarez Costa (PMDB) foi alvo de operação do Gaeco. “Vocês viram o que ocorreu com o prefeito de Sinop?. Lá em Sinop teve uma busca e apreensão na casa do prefeito e eu te pergunto qual é o partido do prefeito?”, disse o governador garantindo que estava falando do PMDB.

No palanque, Taques fez declarações insinuando que se o adversário for eleito, a Prefeitura de Cuiabá seria antro de corrupção, como ocorreu no governo do Estado, durante a gestão de Silval.

“Não podemos deixar fazer com Cuiabá o que fizeram com Mato Grosso quando quebraram esse Estado”, asseverou o chefe do Executivo.

Taques ainda alfinetou que em pelo menos dois programas eleitorais veiculados na TV pela coligação “Um Novo Prefeito Para Uma Nova Cuiabá”, do candidato Emanuel Pinheiro, levantaram “suspeitas” quanto à veracidade das informações contidas neles.

“Outro dia estava assistindo um programa eleitoral do candidato do lado de lá, e ele disse em seu currículo que tinha me substituído como professor de direito na faculdade. Eu não me lembro disso não. Passa o programa do candidato do lado de lá e vejo ele fazendo uma gravação na porta do Pronto Socorro. Eu te pergunto, o por quê não fizeram o Pronto Socorro quando estavam no governo do Estado?”, endureceu o discurso.

Outro ponto tocado pelo governador foi sobre a promessa de Pinheiro com relação ao término do veículo leve sobre trilhos (VLT). Conforme o tucano, o trem de superfície “rasgou” Cuiabá e Várzea Grande e os que deveriam ser empregados para a conclusão das obras foram desviados. “Quem roubou o dinheiro do VLT não está aqui neste palanque”, alfinetou.

AÇÃO NA JUSTIÇA

Diante da ação impetrada pela coligação de Pinheiro, que visa proibir o governador a externar seu apoio a Wilson em eventos oficiais do governo do

Estado, Taques argumentou que tudo não passaria de “medo”. Segundo ele, não houve qualquer tipo de apoio durante eventos oficiais e que só pedia votos após as 18h, horário que estaria liberado de suas funções como chefe do Executivo. “Estão com medo de que? Eu nunca pedi votos para Wilson em eventos públicos. Eu sempre peço votos depois das 18h”.

“Não é possível nesse país termos censura prévia. Os advogados já estão tratando disso. Eu respeito a decisão. Para mim isso parece medo de que eu fale a verdade”, acrescentou.

Pinheiro alegou na Justiça que inclusive a propaganda institucional do governo do Estado estaria sendo utilizada com conotação eleitoral. O juiz da Gonçalo Antunes de Barros Neto, da 55ª Zona Eleitoral da Capital, decretou a liminar alegando que tal conduta, sobre criticar o adversário em evento oficial tendo declarado apoio a outro candidato afeta a isonomia da campanha eleitoral. Ainda cabe recurso.