Mendes pode "cancelar" Poeira Zero e investir em incentivos fiscais

ANA ADÉLIA JÁCOMO

O prefeito eleito Mauro Mendes (PSB) afirmou que o chefe do executivo municipal Chico Galindo (PTB) já lhe entregou a lei orçamentária do próximo ano e que não haverá débitos pendentes da atual gestão. Contudo, o socialista já se adiantou e afirmou que não haverá possibilidades de asfaltar todos os bairros da cidade nos próximos anos.

Mendes explicou que não há orçamentos e nem prazos suficientes, além disso, ele afirmou que haverá diversas prioridades em sua gestão, como Saúde e Educação, sendo impossível investir pesado na infraestrutura.

“O prefeito me entregou a lei orçamentária anual para 2013. Acredito que iriei encontrar a prefeitura um pouco mais organizada do que a anterior. Os fornecedores estão em dia, sem dívidas do exercício”, disse. Mendes também afirmou que já realizou a primeira reunião para começar a organizar a troca de gestor. Ele esteve na última semana com o secretário de Governo Lamartine Godoy e com Galindo.

Durante entrevista ao Programa Vip, nesta sexta-feira, 29, o prefeito eleito disse que não tem certeza se irá continuar com o programa Poeira Zero. No entanto, garantiu que irá esforçar-se para dar continuidade nos projetos de pavimentação da cidade. “O cidadão não se importante se é o Poeira Zero, o Lama Zero. Ele quer o asfalto. Não vai ser possível asfaltar Cuiabá em quatro anos, porque temos muita coisa para fazer e não vou vender sonhos”.

INCENTIVOS

Mendes afirmou que logo no início do mandato irá colocar sua proposta de incentivo fiscal em prática. Ele disse que vai reduzir o valor do imposto de renda às empresas que contratarem portadores de necessidades especiais, jovens e idosos. Ele usou o exemplo do programa de governo IPI Zero para exemplificar o projeto.

“Existem muitos programas de incentivo fiscal. Há o IPI Zero, por exemplo, que tem alavancado a venda de carros pelo país. O meu objetivo é gerar mais emprego e renda. Vamos dar um desconto no IPTU para essas empresas, fazer girar a economia. Prefiro abrir mão de uma parte do orçamento para melhorar a carência de emprego”.

MANDATO DE QUATRO ANOS

Ele aproveitou a oportunidade para afastar de vez o tema que assombrou sua campanha durante o pleito. Acusado pelos adversários de estar tentando viabilizar-se como prefeito para garantir um trampolim mais favorável ao cenário do Governo, em 2014, ele negou a possibilidade e ironizou o tema.

“O político que quiser ser candidato em 2014 tem que se afastar em abril de 2014, ou seja, um ano e três meses depois de tomar posse. Você acha que dá tempo de um cara virar prefeito pela primeira vez, mostrar serviço que justifique ele querer disputar outra eleição para querer ser governador? Isso é achar que o povo é bobo ou o cabra é burro”.