NOELMA OLIVEIRA
DA REDAÇÃO
As discussões em torno da votação sobre a Reposição Geral Anual (RGA) estão interferindo no processo de eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Deputados que formam o mesmo grupo à disputa começam a se estranhar publicamente.
“Aí, simplesmente, ele deixa os companheiros sangrarem e os votos que faltam também são da base do governo. Como se consagra uma chapa vitoriosa, se ele realmente quer a opção do aplauso e não da Presidência. Infelizmente não vislumbro futuro nesta chapa”, salientou Bezerra.
São três grupos que desejam concorrer ao mais importante cargo do Poder Legislativo. O atual presidente Guilherme Maluf (PSDB) busca à reeleição, enquanto Eduardo Botelho (PSB) e Emanuel Pinheiro (PMDB) , se lançaram anteriormente ao tucano, dividem voto a voto.
Responsável por lançar Pinheiro à Presidência, Oscar Bezerra (PSB) demonstra descontentamento com o peemedebista, parlamentar de oposição, que estaria expondo os deputados de situação na queda de braço entre o governo e os servidores públicos, que reivindicam o pagamento integral da RGA de 11,28%.
Oscar lamentou a postura de Emanuel. “Aí, simplesmente, ele deixa os companheiros sangrarem e os votos que faltam também são da base do governo. Como se consagra uma chapa vitoriosa, se ele realmente quer a opção do aplauso e não da Presidência. Infelizmente não vislumbro futuro nesta chapa”, salientou Bezerra.
Pinheiro tem sido um defensor inconteste dos servidores públicos. Para Bezerra, o peemedebista tem deixado a bancada governista que o apoia numa situação constrangedora.
Apesar do desabafo, Oscar disse que ainda não conversou com Pinheiro sobre o assunto. “Ele tem que ter um argumento muito bom para me convencer. Como constrói uma chapa, se ele colocou os companheiros dele todos contra os servidores?”, questiona.
Oscar conta que, além dele, outro apoiador do grupo de Pinheiro, o deputado Mauro Savi (PSB) também estaria “extremamente insatisfeito” com a postura do peemedebista.
Pinheiro acredita que pode reverter este posicionamento de Oscar. “Foi o homem que me lançou e entendo que o momento é de muita emoção, de ficar buscando culpados para uma série de coisas. Na hora que passar a emoção e com a razão, que lhe é peculiar, ele vai ver que nunca incitei ninguém”, pondera Pinheiro.