PAULO COELHO
Da Reportagem
Uma declaração do deputado Zeca Viana (PDT) caiu como uma bomba na noite dessa quarta-feira (21) durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa. Ele disse que, conforme um email anônimo, teria encomendado o assassinato do secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Zamar Taques e da esposa dele Andrea Rosan Dias Figueiredo Zamar Taques.
Pela declaração de Zeca, feita direto da tribuna da Assembleia, ele apenas soube na semana passada do email e da existência de um inquérito para apurar a denúncia.
Viana disse que o email é datado de 12 de março de 2015 e teria partido de um computador de Chapada dos Guimarães, sendo e enviado por uma pessoa chamada “Vânia” e teve como destino a máquina de outra que, conforme Viana, se chama “Arlindo” e trabalha diretamente com o governador Pedro Taques (PSDB), no Palácio Paiaguás. Por fim, o email teria chegado até o conhecimento do secretário Paulo Taques, que em seguida, segundo Zeca, comunicou a Polícia Civil, que abriu inquérito,
"Eu tenho adversários políticos, mas não inimigos e muito menos a esse ponto. É uma falcatrua o que estão querendo fazer comigo, jogando meu nome na lama, mas felizmente eu soube disso e agora quero a verdade”
“Eu só soube porque o Ministério Público, por falta de provas, pu para o Tribunal de Justiça arquivar o inquérito, pois, envolve o nome de um deputado, que sou eu e por eu ter prerrogativa de foro, eles [TJ-MT] teriam que comunicar do arquivamento e eu, então, fui notificado pelo desembargador Rubens de Oliveira”, disse Zeca ao .
O pedetista enfatizou que, ao tomar conhecimento da denúncia e do arquivamento do inquérito, pediu ao desembargador para reabri-lo. “Agora quero que a investigação vá até as últimas conseqüências, pois envolve meu nome numa denúncia muito séria e fere minha integridade; faço questão de esclarecer os fatos”, disse, informando ainda que a polícia tentou investigar a origem e o destino exatos do email, via Google, que teria pedido aos investigadores que fornecessem os números do IP ( identificação dos computadores).
“Eu tenho adversários políticos, mas não inimigos e muito menos a esse ponto. É uma falcatrua o que estão querendo fazer comigo, jogando meu nome na lama, mas felizmente eu soube disso e agora quero a verdade”, emendou..
O suposto contratado para a suposta ‘execução”, de acordo Zeca, se chama Donizete e seria taxista também em Chapada dos Guimarães. O parlamentar disse ainda que esse “Donizete” já foi ouvido pela polícia e teria negado conhecer o deputado.
O presidente da Assembleia, Guilherme Maluf (PSDB) garantiu que o Parlamento pedirá ao secretário de Segurança, Maura Zaque, que intensifique que essa investigação.
Conforme Zeca Viana a pedido da assessoria jurídica dele, não é possível divulgar o conteúdo do email.
A reportagem procurou ouvir Paulo Taques, por telefone, mas as ligações não foram atendidas.
Curiosamente, coincidência ou não, a data do e-mail (12 de março) bate com a época em que o deputado Viana usou a tribuna da Assembleia para criticar com veemência Paulo Taques, por conta de uma indisposição política. À ocasião, Zeca chegou a chamar Taques de “vagabundo”.
O parlamentar disse hoje porém, que não acredita que esse fato tenha ligação com a denúncia e o inquérito. O secretário de Segurança, Mauro Zaque, está fora da Capital e disse que vai tomar pé da situação para se pronunciar.
O governo do Estado, por meio de seu gabinete de comunicação emetiu uma nota à imprensa, já no fim da noite deta quarta-feira (21), se posicionando sobre a grave situação, levada a público por Zeca Viana.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Para efeitos de publicidade e transparência, o Gabinete de Comunicação do Governo do Estado esclarece os fatos narrados pelo deputado estadual Zeca Viana, em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, nesta quarta-feira (21.10), e que envolvem dois secretários de Estado:
1 - O secretário de Gabinete de Governo, José Arlindo de Oliveira Silva, confirma que recebeu e-mail apócrifo relatando supostos fatos que poderiam afetar a integridade física do secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e sua esposa;
2 - Em posse do relato, o secretário informou os fatos à Secretaria de Segurança Pública que, por sua vez, levou ao conhecimento da Polícia Judiciária Civil. Um inquérito policial foi instaurado, em segredo de Justiça, a fim de apurar os fatos;
3 - Ao prestar depoimento, o secretário Paulo Taques afirmou que não acreditava na veracidade das informações e que tal ação poderia ter sido orquestrada para prejudicar o relacionamento dos agentes do Poder Executivo com o Poder Legislativo;
4 - O secretário-chefe da Casa Civil ressalta que o Governo tomou todas as medidas para proteger os envolvidos no email, bem como para afastar o deputado citado de eventual ação para prejudicar sua reputação. Informa que, à época, não deu publicidade ao caso por entender que poderia se tratar de mais uma tentativa de indispor o Poder Executivo com a Assembleia Legislativa. Por fim, ressalta também o compromisso do Governo com a veracidade e elucidação dos fatos.
Para outros esclarecimentos, o Gabinete de Comunicação se coloca à disposição.
Governo de Mato Grosso