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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

07 de Dezembro de 2022, 08h:00 - A | A

POLÍCIA / VENDERAM PARA TRAFICANTES

Policiais substituíam cocaína por pó de gesso no Defron; Justiça bloqueia R$ 25 milhões

Agentes ligados ao tráfico atuavam em Cáceres e também usavam areia e isopor; Cinco foram presos na operação

DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT



As investigações realizadas pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso, que resultaram na deflagração da Operação Efialtes, na manhã desta quarta-feira (07), apontaram que os policiais civis, presos na ação, trocaram cocaína por pó de gessso. Em alguns casos, usavam areia e isopor.

A droga que estava armazenada dentro de uma sala da Delegacia Especializada da Fronteira (Defron), em Cáceres (225 km de Cuiabá) foi vendida a traficantes.

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O crime foi descoberto durante uma incineração, no dia 19 de abril, quando policiais constataram que lacres estavam violados. A partir de então um inquérito foi instaurado. 

A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e fez a análise de todo material e no laudo foi apontado que a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron havia sido substituída pelos tabletes de isopor, gesso e areia.

Os investigados não apenas fizeram a substituição da droga, mas utilizaram embalagem idêntica à da droga apreendida com o claro objetivo de confundir. Por exemplo, se a droga acondicionada tinha sido embalada com material de cor amarela, o tablete usado para substituí-la também era feito da mesma forma. A justiça determinou bloqueio de R$ 25 milhões em contas suspeitas. 

Toda droga era levada para diversos estados. O levantamento apurou que os entorpecentes foram enviados para Uberlândia (MG), na conhecida como ‘rota caipira’ e para o Nordeste (Maranhão e Piauí), sendo utilizadas empresas para lavar o dinheiro nos estados de Tocantins (Palmas/Nova Rosalândia) e de Mato Grosso (Mirassol d’Oeste e Cáceres).

Envolvidos

Com análise dos fatos, foram identificados três grupos envolvidos no esquema: o primeiro dos policiais e de seus auxiliares, para a substituição e subtração das drogas apreendidas.

O segundo grupo era dos traficantes, compradores e responsáveis pelos transportes do entorpecente. E por fim, a dos responsáveis pela lavagem de dinheiro, seja pelas empresas ou por laranjas.

A operação

Na operação Elfiates, nesta quarta (07) 102 ordens judiciais foram expedidas e entre elas estão, 39 mandados de prisão preventiva, 59 buscas e apreensões, quatro ordens de suspensão de atividades econômicas de empresas utilizadas para realizar a lavagem de dinheiro.

Além disso, foi determinado o bloqueio de valores no montante de R$ 25 milhões, sequestro de 14 veículos e quatro imóveis e o bloqueio de contas bancárias dos investigados.

As ordens são cumpridas nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Piauí, Maranhão, Tocantins e Goiás. (Com informações Assessoria PJC)

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