RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
De janeiro a agosto deste ano foram registradas 89 ocorrências motivadas pela homofobia em Mato Grosso. Os dados equivalem a um caso a cada três dias no Estado.
A alta taxa de assassinatos coloca MT em terceiro lugar no país em relação a este tipo de crime, com um assassinato para cada 367 mil moradores.
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Os dados são do Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia (GECCH), que faz parte da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT).
No mesmo período do ano passado, foram registradas 67 ocorrências. Já as 89 pessoas mortas este ano, representam um aumento de 32%.
O Estado só fica atrás do Acre, que é o primeiro no ranking sangrento, com uma morte para cada 270 mil habitantes. E em segundo fica Alagoas, com um homicídio para cada 279 mil.
Travesti atropelada e morta
Um dos casos mais recentes de homofobia, que teve grande repercussão, foi o da travesti Natália Pimentel, 22 anos, que foi atropelada por um carro em alta velocidade, na região conhecida como Zero Quilômetro, em Várzea Grande. O crime ocorreu no dia 24 de agosto, após uma amiga de Natália ter se recusado a fazer um programa sexual.
O motorista fugiu após o fato. Natália chegou a ser socorrida e encaminhada para o Pronto-Socorro de Várzea Grande, mas teve morte cerebral constatada no dia seguinte. Toda a ação foi flagrada por uma câmera de segurança.
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Dados continuam subindo
Esta semana, uma travesti identificada como ‘Baiana’ foi esfaqueada e morta dentro da quitinete que morava, em Sorriso (400 km ao Norte de Cuiabá). O nome de registro da vítima é Elton da Silva Teixeira, de 25 anos.
Internauta

Baiana foi encontrada seminua com uma faca cravada no rosto.
Baiana foi executada com extrema violência. O corpo foi encontrado por vizinhos em cima da cama, só de calcinha e coberto de sangue.
O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas a vítima já estava morta.
A Polícia Civil não descarta a hipótese de estupro. O autor do crime, identificado como A.S.S., 15 anos, foi preso no dia seguinte. Inicialmente ele negou o crime, mas depois confessou ter assassinado Baiana após uma discussão por drogas.
Além dos homicídios, registros de outros crimes como ameaça, lesão corporal também aumentaram cinco vezes nos últimos seis anos. Nesse período, os registros de assassinatos chegam ao total de 329.
Segundo o secretário do GECCH, major PM Ricardo Bueno, o aumento no índice pode estar relacionado a vários motivos, como o maior acesso à informação dos direitos garantidos aos LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).
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Davi 17/09/2017
De hétero também está entre os maiores índices. Esse discurso vitimismo enoja, especialmente porque na maior parte dos casos não se mata porque a vítima é homossexual, mas por causa de outras circunstâncias, como a prostituição.
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