MAYARA MICHELS
A Justiça de Mato Grosso autorizou a cantora portuguesa Maria Adelaide Ferreira voltar para Portugal junto com a filha de 14 anos, que realizou um aborto clandestino em Cuiabá. Após ser indiciada pela Polícia Civil e prestar depoimento pela suspeita de ter auxiliado a filha a cometer aborto, mãe e filha devem voltar para o país europeu.
As duas prestaram depoimento na manhã de ontem (28.01), na Vara da Infância e Juventude. A juíza Gleide Bispo autorizou o retorno das duas a Portugal, após a cantora se comprometer que a filha irá cumprir medida sócioeducativa na terra natal.
Para o advogado da cantora, ela é inocente e deve voltar ainda esta semana para Portugal. Em depoimento à Polícia a cantora negou ter ajudado a filha a abortar.
O caso
A garota, em setembro passado, veio para o Brasil acompanhada do namorado brasileiro, Jean Carlo de Lima Arruda, de 21 anos, morador da região do Coxipó, em Cuiabá. Ele teria, com ajuda da mãe, Graziela Lima, ajudado a garota na prática delituosa. Polícia Civil indiciou diretamente Jean e Graziela.
A adolescente também vai responder pela infração de “aborto provocado” artigo 124, do Código Penal Brasileiro. O namorado, a mãe dele e a mãe da menor vão responder pelo crime de “provocar aborto com o consentimento da gestante” artigo 126 do Código Penal Brasileiro, com pena de reclusão de até 4 anos.
O caso chegou à Delegacia depois que a menina deu entrada no Hospital Universitário Júlio Muller com forte hemorragia, consequências da ingestão de 4 comprimidos de um medicamento comprado por meio de um site holandês, que enviou ao Brasil 10 drágeas da substância altamente abortiva. Após tomar conhecimento, o Hospital comunicou a Polícia e a menina foi abrigada em uma casa de retaguarda, na Capital.