FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT
O casal de empresários Flávio Henrique Lucas e Mara Kenia Dier, donos de uma revendedora multimarcas de veículos, é apontado como integrante de um grupo que atuava no tráfico de drogas. Ambos foram presos da Operação Escamotes, deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira (22), e tiveram R$ 25 milhões bloqueados pela Justiça.
Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão preventiva, expedidos pela Justiça Estadual de Mato Grosso. Esses mandados foram cumpridos em Cuiabá, Várzea Grande, Vitória da Conquista (BA) e Hidrolândia (GO). Também foram bloqueados outros R$ 120 milhões de outros cinco alvos da operação.
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Narra a decisão judicial, assinada pelo juiz Douglas Bernardes Romão, da 1ª Vara Criminal de Barra do Garças, que a investigação teve início a partir da prisão de John Carlos Lemos Da Silva, flagrado por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com 37 tabletes de droga não especificada em um fundo falso no assoalho do veículo, alugado em nome de Mara.
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A partir de ordem judicial, foi feita uma análise do conteúdo do aparelho celular de John Carlos, que levaram à uma nova pessoa, Thiago de Oliveira, apontado pelos investigadores como “aliciador” responsável por recrutar John Carlos. Thiago, por sua vez, trabalha com comercialização de veículos assim como Mara e Flávio.
As investigações apontaram que diversos veículos haviam sido alugados tanto por Mara quanto por seu marido. Em uma das ocasiões, Flávio indica como o motorista do veículo Tomaz Camilo Vieira Guimarães, que foi preso em dezembro de 2023 em flagrante por transportar mais de 100 kg de cocaína e maconha, além de uma arma de fogo de uso restrito, na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia.
Conforme a investigação, em janeiro deste ano um funcionário da empresa do casal identificado como Kelvin Diego Minott Egue foi preso em flagrante por transportar 18 kg de cocaína escondidos nos forros das portas de um carro alugado no mesmo modus operandi.
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Na decisão, o magistrado aponta que antes de ser preso, Kelvin estava hospedado em um hotel na cidade de Rio Verde, em Goiás. Na mesma ocasião, Flávio foi filmado pelas câmeras do estabelecimento se hospedando e também se encontrando com Kelvin.
Conforme o magistrado, o modo de atuação do grupo, em diferentes unidades da Federação, demonstra sua “profissionalização” para a prática do crime, além de “reiteração delitiva” e evidenciam o “perigo gerado pelo estado de liberdade desses indivíduos”.
Na decisão, o magistrado determinou as prisões preventivas de Flávio, Thiago, Mara, Kelvin, John e mais três pessoas envolvidas no esquema. Além disso, foram alvo de busca e apreensão Flávio, Mara, Thiago, mais 13 pessoas e três estabelecimentos comerciais ligados aos alvos.
No caso de Mara e Flávio, as buscas foram realizadas no apartamento deles no edifício Le Corbusier, no Bosque da Saúde, em Cuiabá. Além disso, os policiais foram até o endereço da empresa deles no bairro Dom Aquino, também na Capital.
Os alvos também tiveram decretados os bloqueios de bens. De Flávio e Mara, juntos, foram bloqueados R$ 25 milhões. Além disso, foram bloqueados outros R$ 120 milhões de outros cinco alvos. Por fim, o juiz determinou a apreensão de “todos os bens encontrados registrados em seu nome”.
