DA REDAÇAO
Um ex-candidato a vereador por Poconé (100 km de Cuiabá) e um proprietário de uma autoescola foram presos,na quinta-feira (20), por cometerem fraudes na emissão da Carteira Nacional de Habilitação. O candidato João Bosca Gaiva (PMDB) foi preso e responderá por falsidade ideológica e tráfico de influência. Já o proprietário Rodrigo Graciano de Paiva, responderá pelo crime de tráfico de influências. Na operação da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERRFVA), o agenciador Josias Alves Bicalho também foi preso.
De acordo com a Polícia Civil, Rodrigo foi conduzido à delegacia e admitiu a prática de inserção de dados falsos em sistema de informações do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). No entanto, por não estar em situação de flagrante delito, foi liberado e deve responder ao crime em liberdade.
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Propina para não passar pela prova prática
Segundo o delegado adjunto da Derrfva, Marcelo Martins Torhacs, policiais civis receberam informações dando conta que, na quarta (19), Josias, juntamente com João Bosco, iriam receber vantagem, mediante pagamento com examinadores do Detran durante prova prática, realizada em Várzea Grande. Eles teriam pagado propina aos examinadores para “aprovar” Josias sem a realização do teste prático. O crime seria possível mediante a inserção de dados falsos em documento público, ou seja, na lista de presença e laudo de prova do Detran.
O candidato João Bosca Gaiva (PMDB) foi preso e responderá por falsidade ideológica e tráfico de influência. Já o proprietário Rodrigo Graciano de Paiva, responderá pelo crime de tráfico de influências.
Policiais civis lotados no Detran e na Derrfva montaram campana no local da prova prática, vindo a flagrar a assinatura de Josias na lista de presença e no laudo da prova prática e sua consequente retirada do local, orientado por João Bosco.
Aos policiais, Josias admitiu que havia “combinado” com João Bosco de “apenas comparecer ao local de prova prática" para assinar a lista, sendo que João Bosco o dispensou, dizendo que “não seria necessário realizar a prova prática e que estava tudo certo”.
Os policiais civis continuaram monitorando João Bosco e aguardaram o recebimento das provas práticas na sede do Detran para constatar a informação que estaria nos documentos. Josias foi reprovado porque não completou todas as etapas do exame.
Preso em flagrante, João Bosco admitiu a prática dos crimes, afirmando que deu R$ 1.500 cobrados de Josias e R$ 800,00 seriam pagos a dois examinadores do Detran para aprovar o candidato sem a realização da prova.
Outros R$ 500,00 seriam pagos a Rodrigo Paiva, proprietário e responsável pela Auto Escola Capital (CFC), por inserir dados falsos no sistema e por afirmar que Josias havia realizado as 20 aulas práticas para mudança de categoria.
Menos aulas que a previsão legal
Rodrigo admitiu a prática do crime de inserção falsos de dados e confessou o que registrou 20 aulas quando na verdade apenas seis aulas foram ministradas a Josias.
O candidato Bosco Gaiva recebeu 134 votos em Poconé na eleição para vereador realizado no último dia 02 de outubro.