A GAZETA
O cacique Marvel Xavante foi condenado a 12 anos, 5 meses e 10 dias, acusado pela morte do chefe do posto da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Água Boa (730 km a leste da Capital. A sentença foi proferida na noite desta quinta-feira (17), após 2 dias de júri. Porém, ele não saiu do julgamento preso. Marvel tem um habeas corpus para ser julgado pelo Tribunal Regional Federal.
Em seu depoimento, o cacique acusou o primo, Aristeu Xavante, a única outra pessoa presente no momento do crime, de ter assassinado Floriano Márcio Guimarães. Os 3 participavam, em 2001, da demarcação de terras indígenas e, nas proximidades do município de Nova Nazaré (269 km a leste da Capital), Floriano foi atacado. O corpo do servidor foi abandonado e localizado por outro índio.
A defesa da família do servidor afirmou que irá recorrer da decisão. Acreditam que o juiz que proferiu a sentença tenha se equivocado e defendem pena superior a 20 anos de reclusão.
Para o Ministério Público Federal (MPF), representado pelos procuradores Ludmila Bortoleto e Marcelo Barbosa Lima, Marvel assassinou o funcionário da Funai por não ter sido priorizado em um serviço de aragem na aldeia Tritopa, onde era cacique na época da morte. O corpo do servidor público foi localizado no município de Nova Nazaré (269 km a leste de Cuiabá), dias depois do assassinato, no entroncamento de acesso a aldeia de Marvel. Ele e Aristeu estavam de carona com a vítima.
Durante o julgamento, 7 testemunhas foram ouvidas, sendo 5 de acusação e 2 defesa. Advertino Soares foi arrolado pelas 2 partes. Três testemunhas não compareceram. Familiares de Floriano estiveram presentes, assim como representantes indígenas.