DA REDAÇÃO
A apreensão de duas aeronaves, uma com dólares e outra com quase 400 quilos de cocaína foram os dois maiores trabalhos da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes, no ano de 2012.
Para o delegado, Gustavo Garcia Francisco, toda grande apreensão, seja de drogas, valores ou bens, acaba reduzindo a oferta de drogas no mercado. “A Delegacia tem alguns objetivos e um deles é diminuir a demanda no mercado. Isso se faz atacando o financeiro das quadrilhas, apreendendo grandes somas em valores e bens”, afirma o delegado.
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Em março de 2012, oito meses de investigações de campo terminaram com apreensão da aeronave monomotor, modelo Cessna Airgraft, 210k, quando decolava, possivelmente para a Bolívia, de uma fazenda do município de Barão de Melgaço (113 km ao Sul), região do Pantanal mato-grossense. Dentro do avião haviam 600 mil dólares que iriam comprar dezenas de quilos de cocaína para abastecer o mercado de outros estados.
Na operação denominada “Tuvira”, a Polícia Civil prendeu duas pessoas pelos crimes de evasão de divisa, porte irregular de arma de fogo de uso permitido e restrito e associação ao tráfico de drogas.
As investigações da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) iniciaram em agosto de 2011, com informação que a região do Pantanal mato-grossense era utilizada como rota para distribuição de drogas feita com o uso de barcos pela área alagada. Porém, a Polícia descobriu que a forma utilizada não era fluvial e sim aérea.
A operação “Tuvira” é considerada um dos melhores trabalhos já realizados pelos policiais da Delegacia de Entorpecentes, por ter sido desenvolvida sem suporte tecnológico, apenas com a boa vontade, coragem e persistência dos investigadores. “Foi realizada da maneira antiga de investigar, com vigilância, campanas, obtenção de dados através dos investigadores”, destaca a delegada titular, Alana Cardoso.
Por terra para chegar à propriedade rural, localizada no meio do Pantanal, é preciso percorrer cerca de 4 horas de barco. Outro meio mais rápido é o avião. No imóvel com aparência de abandonado e desabitado, numa das casas, que servia de pouso aos traficantes, os policiais encontraram o dinheiro, exatos US$ 599,752 dólares, R$ 61 mil e 600 litros de combustível de avião. “Foi à incursão dos investigadores na mata fazendo contato com os ribeirinhos, que chegamos ao sucesso”, conclui a delegada Alana.
Também foram apreendidas 4 armas de fogo, dois revólveres, uma pistola 9mm e uma espingarda, além de um telefone satélite e 7 celulares novos. As investigações apontam que uma associação criminosa utilizava a fazenda para o abastecimento de aeronave, movimentando grande quantidade de drogas semanalmente.
Em outubro de 2012, uma aeronave monomotor Cessna 2662, com 386 quilos de cocaína pura, já refinada, foi apreendida na região de Nobres (146 km a Médio-Norte). depois que o piloto do avião, um boliviano que se identificou como José Carlos Fernandez, fez pouso forçado em uma fazenda. Ele foi preso em flagrante e indiciado por tráfico internacional de drogas
A Polícia Civil foi acionada e equipes da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), Gerência de Operações Especiais (GOE), Companhia Integrada de Operações Aéreas (CIOPaer), Delegacia de Nobres e Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) se deslocaram até a fazenda, distante a 200 quilômetros de Cuiabá.
No local, os policiais constataram que o avião carregava sacos plásticos com 356 tabletes de cocaína pura. A Polícia Civil apurou que a droga saiu da cidade de Pando, no extremo norte da Bolívia.
Com a droga apreendida, o prejuízo para os traficantes está estimado em R$ 6 milhões. Já os aviões estão avaliados em cerca de 300 mil, cada. (Com assessoria)