DA REDAÇÃO
Nas alegações finais Juntadas à ação que culminou na Operação Ventríloquo, o promotor Marcos Bulhões, coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o crime Organizado (Gaeco), aponta que o ex-deputado José Geraldo Riva mentiu no depoimento em que confessou ter se beneficiado do esquema.
O esquema desbaratado durante a Operação Ventríloquo, que segundo o Gaeco foi liderado por Riva, teria desviado aproximadamente R$ 10 milhões dos cofres públicos.
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Em depoimento à juíza Selma Rosane, da 7ª Vara Criminal, Riva afirmou que o então presidente da Assembleia, deputado Romoaldo Junior, era o líder do esquema.
Para o coordenador do Gaeco, no entanto, não faz sentido Riva dizer que só participou da lavagem do dinheiro e, ao mesmo tempo, ter conseguido identificar detalhadamente, até mesmo, os depósitos do dinheiro reservado aos advogados Joaquim Mielli e Júlio César Rodrigues.
“Eu não pedi nem um por cento. Eu fui comunicado que já estava feito o acordo. O acordo estava feito, eu não era presidente, ainda eu lembro que referi a ele, eu falei ‘olha, eu não tenho caneta, o senhor me desculpe, mas eu não posso nem falar para o senhor se isso vai concretizar ou não, mas se for concretizar não é em janeiro”, disse Riva em depoimento.
Além de Riva, são réus o ex-procurador-geral da Assembleia Legislativa, Anderson Flávio de Godói e o ex-secretário de Finanças do órgão, Luiz Márcio Bastos Pommot. Eles são investigados pelos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Operação Ventríloquo
A Operação Ventríloquo teve início a partir da delação premiada do advogado Joaquim Miele, que representava o banco HSBC em uma demanda contra a Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O advogado teria entregado à Justiça todo o esquema envolvendo o antigo Banco Bamerindus, atual HSBC, e a Assembleia Legislativa, durante a gestão do ex-deputado José Geraldo Riva.
A denúncia aponta que Riva, “mesmo afastado da Presidência da Casa por conta de uma decisão judicial, era o “presidente de fato", motivo pejo qual, inclusive, jamais deixou de despachar no Gabinete da Presidência”.















