Medeiros defende PEC da Blindagem: "É o mínimo de proteção para poder exercer o mandato"

Agência Senado

Medeiros argumentou que a medida não se trata de blindagem, mas de uma garantia mínima para o exercício do mandato

GUSTAVO CASTRO
FERNANDA ESCOUTO

O deputado federal José Medeiros (PL-MT) justificou seu voto favorável à chamada PEC da Blindagem, aprovada nesta semana na Câmara dos Deputados. Segundo ele, a proposta representa uma forma de garantir liberdade de atuação parlamentar diante de um cenário que, em sua avaliação, tem sido marcado por perseguições políticas e uso distorcido da Justiça.

Ao Medeiros argumentou que a medida não se trata de blindagem, mas de uma garantia mínima para o exercício do mandato.

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Conforme o parlamentar, o Supremo estaria agindo de forma seletiva ao abrir processos contra deputados e senadores por suas falas na tribuna, enquanto não haveria o mesmo rigor em casos de corrupção.

"A qualquer momento você pode ser... a gente vive sempre com aquele terror de que hora a polícia vai arrombar a porta da sua casa porque você disse isso ou aquilo. [...] É um mínimo de proteção para a gente exercer o mandato. É a PEC que a gente chama das prerrogativas. Obviamente que eles rotulam do jeito que querem... Mas o que ocorre? Blindagem é o que eles estão querendo fazer lá", afirmou.

"Eu trabalhei mais de 20 anos na polícia. Eu nunca vi um traficante ser tocado no meio da noite, ser abordado no meio da noite pelo crime que cometeu. E a gente viu o que aconteceu com o Daniel Silveira, o que está acontecendo com cada um aqui que fala na tribuna. Eu mesmo já estou cheio de processo. Está uma porrada de deputado aqui cheio de processo. E aí eu percebi o seguinte: qual deputado está preso por corrupção? Nenhum”, disse.

Medeiros avaliou que a PEC, apelidada por opositores de "PEC da blindagem", na prática é uma reação ao que ele classifica como "perseguições políticas".

“Fica com isso de que a coisa que tem que ser feita para poder pegar os bandidos, na verdade, está sendo usado só para arrebentar com os inimigos políticos. Então a gente está fazendo um mínimo de proteção para você poder exercer o mandato, porque não tem segurança mais nenhuma. A qualquer momento você pode ser... a gente vive sempre com aquele terror de que hora a polícia vai arrombar a porta da sua casa porque você disse isso ou aquilo”, contou.

Para Medeiros, a PEC traz “mais liberdade” aos parlamentares.

“O que a gente estava querendo era dar uma segurança para quem ainda está com medo de se pronunciar ou de votar, esse tipo de coisa. Mas se eles não aprovarem, na verdade, nós não estamos preocupados não. Porque os nossos crimes são crimes de opinião. E os crimes deles, geralmente, é corrupção. Então, são pesados”, declarou.

O deputado concluiu dizendo que, ainda que a proposta não seja aprovada pelo Senado, a postura dos parlamentares que a apoiaram não mudará.

“A gente votou aqui na esperança de que possa ter uma mínima segurança de poder representar as pessoas sem a polícia estar. Mas também, já estamos acostumados. Se não aprovarem, tanto faz como tanto fez. A gente vai para cima do mesmo jeito”, finalizou Medeiros.