GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTER MT
O governador Mauro Mendes (União Brasil) admitiu, nessa quinta-feira (21), que houve falhas de segurança na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, e no Complexo Industrial Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, onde ocorreram fugas recentes. Ele também afirmou que está sendo investigada a possibilidade de envolvimento de servidores ou apoio policial para facilitar as escapadas.
Em entrevista à imprensa, Mauro disse que a Secretaria de Estado de Justiça (Sejus-MT) está apurando os casos e que os resultados devem indicar se houve facilitação.
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“Está tendo falha, já cobrei duramente o secretário de Justiça, ele está investigando. Existem indícios lá que, em breve, a gente vai mostrar isso, muito forte e estamos trabalhando para identificar os responsáveis. Com certeza, para ter fuga daquele jeito ali é porque alguém falhou, alguém cooperou", disse.
Após admitir que houve falhas, o governador ressaltou que se for preciso "cortará na própria carne". "Já tivemos 11 policiais penais presos, advogados, já prendemos um monte de gente lá. As coisas mudaram lá dentro e é contra essas mudanças, existem articulações para desconstruir esse belo trabalho, mas não vamos parar. Vamos continuar”, completou dizendo que os responsáveis serão penalizados.
Segundo ele, apesar dos episódios, as ocorrências são casos isolados. Mendes destacou que, desde o ano passado, decretos do Executivo estadual endureceram as regras de acesso nas unidades prisionais.
As fugas ocorreram em momentos distintos. A primeira foi registrada na semana passada, em Várzea Grande, e resultou na saída de cinco detentos: Bruno Fernandes de Souza Costa, 24, Luan Augusto dos Santos Lima, 25, Ismael Mendes de Paula, 26, Sandro Teixeira dos Santos, 38, e Edvaldo de França Almeida, 39. Um deles já foi recapturado.
A segunda aconteceu na madrugada de domingo (17), em Cuiabá, quando duas presas de alta periculosidade conseguiram escapar. Trata-se de Angélica Saraiva de Sá, 34, conhecida como “Angeliquinha”, e Jéssica Leal da Silva, 36, apelidada de “Arlequina”. Ambas são apontadas como líderes de uma facção criminosa em cidades do interior de Mato Grosso.
De acordo com a investigação preliminar, as detentas serraram duas grades da cela 11, no Raio 4, romperam a cobertura e chegaram até o pavilhão. Depois, conseguiram acessar a área externa do presídio por meio da obra da fábrica instalada na penitenciária, cujo portão estava apenas encostado e sem vigilância.