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Cuiabá, 27 de Maio de 2024
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24 de Junho de 2017, 07h:50 - A | A

PODERES / EFEITO ARAPONGAGEM

Escutas clandestinas levaram oito PMs para a cadeia em um mês; confira nomes

As investigações sobre as escutas levaram para a cadeia o chefe da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, o secretário-adjunto da Casa Militar, coronel Ronelson Jorge de Barros e o ex-comandante da PM, coronel Zaqueu Barbosa.

CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO



Com as prisões do chefe da Casa Militar, Evandro Lesco e de outros cinco oficiais da Polícia Militar, que ocorreram nesta sexta-feira (23), já somam oito o número de PMs presos por envolvimento no esquema de interceptações telefônicas clandestinas, que era monitorado pela corporação, conforme denúncia do ex-secretário de Segurança Pública, o promotor de Justiça, Mauro Zaque.

Em 23 de maio, foram presos o ex-comandante-geral da corporação, coronel Zaqueu Barbosa, e o cabo Gerson Luiz Ferreira, a mando do juiz da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, Marcos Faleiros. Eles foram apontados como mandante e operador do sistema clandestino, respectivamente.

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Já nesta sexta-feira, o desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, relator das investigações, determinou as prisões do coronel Evandro Lesco, do secretário-adjunto da Casa Militar, coronel Ronelson Jorge de Barros, do tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista e do sargento Euclides Luiz Torezan. Os três oficiais atuaram junto com o chefe da Casa Militar, coronel Lesco, no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MPE).

Além deles, tiveram a prisão administrativa decretada o corregedor-geral da PM, coronel Alexandre Corrêa Mendes, e o diretor de Inteligência da corporação, tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira, que foram denunciados pelo governador Pedro Taques (PSBD) por terem "vazado" a informação sobre mandados de busca e apreensão e possíveis prisões contra o coronel Lesco e o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira Júnior. Siqueira não consta entre os presos. 

Evandro Lesco

Enquanto estava na secretaria-adjunta da Casa Militar, Lesco comprou em seu nome, dois aparelhos que podem ser utilizados em interceptações telefônicas, em maio de 2015. Segundo a nota fiscal, que o teve acesso, os equipamentos foram enviados para o endereço do Comando-Geral da Polícia Militar, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça.

Ao total, a compra dos aparelhos custou R$ 24 mil. Conforme o documento, foi adquirido um “servidor de aplicação tipo rack 2U INM X 3650”, ao valor de R$ 8,5 mil, aparelho que serve para a realização de escutas telefônicas. O outro equipamento, um “módulo GSM 16 canais tipo rack”, serve para fazer gravações e custou R$ 15,7 mil.

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Na Casa Militar, Evandro Lesco era o chefe dos três policiais que possuíam autorização judicial para acesso aos dados cadastrais dos telefones interceptados. Os oficiais eram os cabos Gerson Luiz Ferreira e Clayton Dorileo Rosa de Barros e a 3º sargento Andrea Pereira de Moura Cardoso.

O cabo Gerson foi o autor dos pedidos à Justiça, para incluir os nomes de políticos, jornalistas, médicos e advogados em uma investigação de envolvimento de PMs em tráfico de drogas, mesmo sem qualquer indício de participação deles nos crimes.

Lesco foi nomeado para a Casa Militar em março de 2015, e Gerson, em julho de 2016. Antes, os dois atuaram juntos no Gaeco.

Zaqueu Barbosa

Conforme decisão do juiz Marcos Faleiros, Zaqueu foi apontado como o mandante das escutas clandestinas em Mato Grosso.

"Verifico indícios do envolvimento não só do Cel PM RR Zaqueu, apontado como mandante das ordens de ações militares de interceptações telefônicas, e quem mantinha contato pessoal com magistrados para viabilizar os grampos clandestinos, como também do CB PM Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior, responsável por formalizar os pedidos, prorrogações e relatórios de inteligência dos grampos militares ilegais à Justiça", escreveu o magistrado.

Zaqueu está preso no Batalhão de Operações Especiais (Bope) e já teve um pedido de habeas corpus negado pelo desembargador Paulo da Cunha no final de maio.

Siqueira Júnior

Apesar de não ter pedido de prisão decretado, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira Junior, foi apontado como um dos líderes das escutas clandestinas em depoimento da sargento da PM, Andrea Pereira de Moura Cardoso, no final de maio, à Corregedoria da Polícia Militar.

Além do local onde o ‘trabalho’ era realizado, a sargento revelou ter sido orientada por Siqueira Júnior, então comandante do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), a procurar o ex-comandante-geral da PM, Zaqueu Barbosa, que lhe ofereceria trabalho no setor de inteligência, junto com o cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira.

Escutas ilegais

O esquema foi denunciado pelo promotor de Justiça, Mauro Zaque, em outubro de 2015, quando era secretário de Segurança Pública do Estado. Segundo ele, as interceptações tiveram início em outubro de 2014 e foram mantidas até agosto de 2015.

Conforme a denúncia, Zaque sinalizava para a possível existência de um “escritório clandestino de espionagem”, monitorado pela Polícia Militar, com o “objetivo de obter informações estratégicas ao arrepio da lei”.

A sargento Andrea confirmou a existência de uma sala do 6º andar do Edifício Master Center, na Rua Desembargador Ferreira Mendes, nº 234, nas proximidades do Museu do Morro da Caixa D’Água Velha, onde era feito o monitoramento das escutas clandestinas. 

Andrea foi exonerada do cargo na Casa Militar no dia 13 de junho.

 

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PODE ARNALDO 25/06/2017

QUE OTIMO TIME. ESCALAÇÃO: NO GOL JANUARIO, ZAGA LESCO E SIQUEIRA, MEIO DE CAMPO CABO GERSON E BARROS TÉCNICO DESSE TIME ZAQUEU...... NINGUÉM GANHA DESSE TIME. PERDA DO SALÁRIO JÁ...

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