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Cuiabá, 11 de Outubro de 2024
11 de Outubro de 2024

19 de Outubro de 2023, 09h:35 - A | A

PODERES / APÓS REPERCUSSÃO

Corregedoria vai apurar conduta de juiz que deu voz de prisão a mãe de jovem assassinado

Magistrado disse para mãe que teve filho assassinado que ela deveria ter "inteligência emocional".

APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT



O juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, será alvo de uma sindicância da Corregedoria-Geral da Justiça, por dar voz de prisão, durante audiência de instrução, à mãe de um jovem que foi assassinado em 2016. Na ocasião, a mulher teria respondido ao réu que ele "escapou da Justiça dos homens", mas não escaparia da "Justiça de Deus".

Conforme a Corregedoria-Geral da Justiça, o procedimento para apurar a conduta do magistrado deve durar o prazo de 140 dias e tramitará em sigilo. O pedido para apuração, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, partiu do próprio magistrado, que determinou o envio da degravação e das imagens da audiência à Corregedoria-Geral da Justiça do TJMT e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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O caso aconteceu no final de setembro, mas ganhou destaque essa semana, após divulgação do vídeo.

A mulher, identificada como Silvia, foi arrolada como testemunha e ficou frente a frente com o réu, Jean Richard Garcia Lemes, que responde em liberdade.

LEIA MAIS - Juiz manda prender mãe que teve filho assassinado em MT; veja vídeo

Tudo começou quando Silvia foi questionada se estava constrangida em prestar depoimento diante do réu. A sua resposta foi “para mim ele não é ninguém”. Diante disso, o advogado do réu pediu “urbanidade”.

Nesse momento, o juiz intervém e pede que a mãe da vítima “mantenha a serenidade e a inteligência emocional”. A mãe respondeu que era inteligente e decidiu que não queria mais depor na audiência de instrução.

Quando a audiência já estava encerrada é possível ver Silvia batendo na mesa e falando com o réu. Ela está longe do microfone e não é possível ouvir o que ela disse, mas imediatamente o juiz afirma “A senhora está presa”.

“No entender do Ministério Público, caberia ao magistrado acolhê-la, recebê-la, ouvir o que ela tinha para falar. E por isso o Ministério Público interveio”, explicou a promotora Marcele Faria.

“Ela tem direito de ser ouvida, de ser acolhida, de participar do ato processual. Ela se deslocou da casa dela para ficar de frente com o assassino do filho dela, ela precisa ser ouvida”, tentou argumentar, sem sucesso.

 

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Flávio Sobreira Aquino 20/10/2023

A matéria diz que a mãe \"decidiu não depor mais\". O que não é verdade. Ela afiram que não tem probelma em continuar e a advogada dela pede para o juiz o direito dela se manifestar como mãe enlutada. O juiz perde a cabeça e disse que a advogada não aprava de falar se altera grita: \"Acabou a sessão!\" e sai de cena. A mãe se levanta revoltada e bate na mesa se dirigindo ao acusado. O juiz volta e vendo confusão que havia se instaurado dá voz de prisão a mãe.

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1 comentários