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Cuiabá, 30 de Maio de 2025
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02 de Setembro de 2017, 09h:48 - A | A

PODERES / OPERAÇÃO SODOMA

Após 250 dias, jornalista acusado de extorquir políticos sai da cadeia

O desembargador Luiz Ferreira da Silva determinou que Antonio Carlos Milas use tornozeleira eletrônica

FLÁVIA BORGES
DA REDAÇÃO



O desembargador Luiz Ferreira da Silva determinou a soltura do empresário da comunicação, Antônio Carlos Milas de Oliveira dono do Grupo Milas Comunicação, preso durante a Operação Sodoma sob a acusação de extorquir o grupo do ex-governador Silval Barbosa para não publicar matérias apontando irregularidades e esquemas existentes na gestão do peemedebista.

O magistrado entendeu que Milas pode cumprir medidas alternativas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Ele destacou que o jornalista já está preso há 250 dias, sem que haja previsão de quando a instrução criminal será finalizada.

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“Acerca do tema, não se pode olvidar, que não obstante os prazos no processo penal não sejam peremptórios, podendo ser estendidos, desde que assim a complexidade do caso concreto exija, de acordo com suas peculiaridades, número de acusados e/ou de testemunhas a serem inquiridas e/ou a especialidade de provas periciais a serem produzidas, é de trivial sabença que excesso não pode ultrapassar os limites do razoavelmente admitido, circunstância que deve ser analisada caso a caso”, destaca o desembargador.

Antônio Carlos foi preso na operação deflagrada no dia 12 de março de 2016 pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), ocasião em foram presos 5 jornalistas sendo que 4 eram do Grupo Milas Comunicação (entre eles estavam 2 filhos de Antônio).

Foi acusado de participação em uma organização criminosa que, por meio de violação de sigilo funcional, obtinha informações privilegiadas para extorquir profissionais liberais, empreendedores e políticos do Estado. As vítimas, segundo as investigações, tinham que pagar quantias vultosas, entre R$ 100 mil e R$ 300 mil, para não terem seus nomes expostos na mídia em reportagens sobre possíveis irregularidades envolvendo contratos com o poder público.

Depois de ter ganhado liberdade no dia 4 de maio do ano passado por força de um habeas corpus, Antônio Milas foi preso novamente em 11 novembro pelo crime de extorsão contra um empresário. A Polícia Civil informou que ele voltou para a cadeia por exigir o pagamento de R$ 600 mil do empresário para não revelar determinado conteúdo em seus veículos de imprensa. A defesa ainda tenta, sem sucesso, revogar a 2ª prisão do jornalista junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Antônio Carlos Milas foi denunciado 7 vezes pelo crime de extorsão, 2 vezes pela tentativa de extorsão e ainda pelo crime de organização criminosa. O crime de extorsão prevê pena de prisão de 4 a 10 anos e pagamento de multa. A tentativa de extorsão, conforme o Código Penal Brasileiro, é punida com pena correspondente ao crime consumado, diminuída de 1 a 2 terços. Já o delito de organização criminosa tem pena prevista entre 3 a 8 anos de prisão e multa conforme o artigo 2º da Lei nº 12.850/2013.

O Ministério Público Estadual também denunciou Max Feitosa Milas e Maycon Feitosa Milas (ambos filhos de Antônio), Antônio Peres Pacheco, Haroldo Ribeiro de Assunção e Naedson Martins da Silva. Eles tornaram-se réus na ação penal pelos crimes de crime de extorsão e por organização criminosa. Um dos processos teve encerrada a fase de instrução e agora foi aberto prazo para as defesas se manifestarem acerca da necessidade ou não da realização de diligências complementares. Após esse prazo, a ação entra na fase das alegações finais.

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