DO REPÓRTERMT
O patologista Rubens Carlos de Oliveira Júnior, que presidiu a Unimed Cuiabá entre 2016 e 2023, foi desligado do quadro de cooperados da operadora. A decisão, contudo, deve ser contestada na esfera administrativa e judicial.
O médico alega que a decisão apresenta “muitas falhas formais e materiais” e que foi conduzida por “muitos desafetos”, o que macularia o processo.
A informação foi confirmada pelo próprio médico, em nota enviada para a imprensa para se defender das acusações da atual diretoria da Unimed Cuiabá, que apontou a existência de um suposto rombo de R$ 400 milhões nas contas da sua gestão.
A defesa de Rubens diz que as contas foram apresentadas em uma assembleia geral ordinária, onde foram discutidas e aprovadas. Apesar disso, segundo o médico, a nova gestão do plano de saúde utilizou “inexplicavelmente” contas glosadas e não pagas incluindo-as no "suposto déficit".
O médico, que diz estar com a "consciência tranquila", alega que a atual gestão da cooperativa fez com que ele fosse afastado dos cargos que ocupava na diretoria da Unimed Nacional e estadual, além de descredenciar todas as suas unidades laboratoriais, fazendo com que ele migrasse para o estado de Goiás.
Outro lado
Por meio de assessoria, a Unimed enviou a seguinte nota:
A Unimed Cuiabá refuta as alegações feitas pelo médico Rubens de Oliveira Júnior, divulgadas na imprensa e, conforme já é público e notório, destaca o seguinte:
- É impossível refutar o desequilíbrio financeiro de R$ 400 milhões deixado pela gestão de Rubens de Oliveira e sua diretoria, fato constatado pela PP&C Auditores Independentes, contratada pela atual diretoria da Unimed Cuiabá, que contrapôs o balanço apresentado pela gestão anterior, no qual apresentava resultado positivo de R$ 371 mil e que foi reprovado em Assembleia Geral Ordinária;
- Tanto é verdade o desiquilíbrio financeiro, que a Unimed Cuiabá está sob direção fiscal pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) desde setembro de 2023, mesmo tendo tomado duras medidas em um plano de ação que precisou ratear R$ 150 milhões entre os médicos cooperados, além de basear outras medidas emergenciais para buscar a recuperação da Unimed Cuiabá;
- A Ação de Produção Antecipada de Provas, que Rubens e demais médicos da ex-diretoria ajuizaram para pedir uma nova auditoria, foi extinta pelo juízo da 7ª Vara Cível de Cuiabá em março de 2024, pois faltaram elementos para a continuidade do processo, entre os quais a não observação do pagamento dos honorários periciais;
- Quanto ao descredenciamento dos laboratórios, a Unimed Cuiabá vem promovendo redimensionamento da rede de prestadores, como medida reivindicada pelos cooperados em razão do momento atual, de reestruturação financeira, sem com isso deixar de continuar a prestar o serviço garantido aos beneficiários, conforme prevê a legislação e a ANS.
Sendo assim, a Cooperativa repudia todas as inverdades que estão sendo divulgadas pelo médico Rubens de Oliveira. Os fatos elencados acima estão todos noticiados às Autoridades competentes tais como o Ministério Público Estadual e Federal e, dentro da esfera judiciária, todas as medidas estão sendo tomadas para buscar responsabilizar aqueles que promoveram a situação temerária em que foi deixada a Cooperativa Médica.