LORENZO FALCÃO
Muitas pessoas acreditam que ao discorrer aqui sobre acontecimentos que feriram minha cidadania ou a de pessoas que me cercam, o faço por motivo de vingança. Ou como se estivesse dando uma carteirada, por ser jornalista e ter meu espaço assegurado na mídia. Não é correto esse raciocínio, e também não o seria a minha postura, se tivesse o intuito vingativo. Afirmo com sinceridade que é desagradável fazer isso e que não me dá prazer nenhum.
Atendimento de qualidade. Eis aqui uma palavra que anda faltando nas relações comerciais, creio que em todo o Brasil. Tanto que, às vezes, quando somos bem tratados, até estranhamos.
Hoje o meu alvo é o atendimento nos supermercados da cidade, especialmente, num deles. “Não faço a menor ideia, senhor”. Já obtive essa resposta ao indagar a um funcionário de supermercado onde poderia estar produto que eu procurava. Sem contar, a música de extremo mau gosto que urrava no serviço de som local.
Essa postura, entretanto, jamais partiria de um profissional no supermercado Big-Lar, do bairro Jardim das Américas, lugar que escolhi (escolhemos, eu e minha esposa) para fazer compras grandes. Acontece que mudamos de ideia desde a semana passada. Por causa de um episódio onde nos julgamos mal atendidos.
A “marca do crime” estampou no vestido da minha esposa, devido a uma pequena gota de água sanitária. Uma diminuta mancha num vestido que, apesar de não ser de nenhuma grife badalada, era, por assim dizer, de seu agrado e ainda com saldo devedor. Constatamos isso após descermos as compras, já em casa. Ora, a água sanitária é um produto que necessita estar devidamente fechado, com segurança, antes de ser aberto, e não pode vazar em hipótese alguma.
Produtos vazando, aliás, sempre foram fechados inapropriadamente e são dignos de reclamações. Eles nem precisam manchar nada ou causar qualquer tipo de prejuízo. Se vazou, é porque não está ok... Ok?! Como bons cidadãos e no exercício do nosso direito, ligamos ao supermercado e registramos a queixa. A pessoa que nos atendeu do outro lado, garantiu que daria um retorno. Seria justo, nosso entendimento, o supermercado providenciar para que o vestido fosse tingido. Passou-se cerca de uma semana do prazo estipulado para a resposta e nada de retorno.
“Ah, sim como é mesmo o nome da senhora? Sim eu tenho uma resposta, eu ia ligar agorinha mesmo. Muito serviço, não deu pra ligar... Pois é, chamamos uma especialista de RH ficamos por horas vendo a gravação e... constatamos que é um problema da senhora, pois seu vestido não foi manchado aqui no supermercado. Íamos ligar... mas ainda não tive tempo”, foi a resposta quando ligamos novamente. Dá pra acreditar que o funcionário perdeu horas, com outra funcionária superqualificada vendo a gravação das compras e não teve tempo para dar um retorno à cliente, que poderia ser positiva ou negativa? Mas teria atendido a uma solicitação. Se o produto foi mal condicionado e se fomos prejudicados por isso, o problema é nosso. E não teve conversa.
*Lorenzo Falcão é poeta e jornalista.
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