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Cuiabá, 14 de Setembro de 2024
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27 de Abril de 2012, 15h:40 - A | A

OPINIÃO / RONEI DE LIMA

O trabalhador da indústria

RONEI DE LIMA



Nesta data histórica, primeiro de maio, Dia do Trabalhador, vale lembrar a situação de uma parcela significativa deles, cujo futuro é incerto. São os trabalhadores da indústria brasileira - esta tão pujante máquina - que sentem na pele os efeitos da redução da participação da indústria no Produto Interno Bruto,  fenômeno que vem sendo apontado pelos especialistas como desindustrialização. Nos últimos anos, a participação da indústria no PIB vem diminuindo, chegando a 15% no ano passado.

Acompanhamos passo a passo os números da indústria nacional e eles são preocupantes. Entre eles, a geração de emprego. De dezembro do ano passado para janeiro deste ano, a alta de emprego ficou em apenas 0,1%, resultado que foi 0,7% inferior ao mesmo período de 2011. Também em relação ao ano passado, o número de horas pagas recuou 0,8%, dados do I BGE. Embora haja outros resultados positivos (a alta de 0,5% no emprego industrial nos últimos 12 meses, por exemplo), os percentuais são mínimos.

A preocupação é grande no movimento sindical de todo o País. Em manifestações públicas, as entidades têm cobrado do Governo Federal ações de proteção do emprego do trabalhador, já que até o momento todas as iniciativas  de incentivo tem sido voltadas às empresas.

Um exemplo foi o pacote de R$ 60 bilhões lançado recentemente pelo Governo, com medidas para reduzir o custo de produção no setor. Entre elas, a redução - de 20% para 1% e 2% - no repasse à previdência sobre a folha de pagamento. A meta é provocar uma redução de R$ 7 bilhões ao ano nos gastos das empresas. De que forma isso irá refletir para trabalhador? Só o tempo dirá.

O movimento sindical entende que não cabe ao trabalhador pagar a conta pelas decisões equivocadas tomadas pelos governos na condução da economia brasileira, tais como a ausência de investimento na indústria local e a desvalorização das empresas brasileiras e a abertura indiscriminada do mercado nacional para a indústria estrangeira, uma das marcas do governo de FHC. Também é preocupante a desnacionalização da indústria que, em alguns setores, já tem controle majoritário de empresas internacionais, como é o caso das siderúrgicas, onde três dos cinco grandes grupos que detém 90% da capacidade de produção são estrangeiros.

Hoje, a indústria nacional tem baixo índice de produtividade quando comparada a países como os EUA e a Coréia, por exemplo. Nossas deficiências estruturais e de educação são alguns dos problemas que precisam ser observados pelo Governo Federal. Para que possamos competir em pé de igualdade é preciso gestão moderna, menos burocracia e, acima de tudo, valorização do trabalhador.

*Ronei de Lima é presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria de Mato Grosso (FETIEMT) e vice-presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores de Mato Grosso (NCST).

A redação do RepórterMT não se responsabiliza pelos artigos e conceitos assinados, aos quais representam a opinião pessoal do autor.

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