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Cuiabá, 12 de Fevereiro de 2025
12 de Fevereiro de 2025

21 de Abril de 2018, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / LICIO ANTONIO MALHEIROS

Fechando o cerco

O Brasil vive hoje um momento impar em sua história Republicana, tendo em vista algumas ações alvissareiras



A metonímia da expessão "fechando o cerco" traduz bem o que vem ocorrendo em nosso país nos últimos anos, quando o assunto é combate à corrupção.

O engendramento de ações envolvendo poderes constituídos, visando moralizar e dar à sociedade uma resposta satisfatória quando o assunto envolve dinheiro público ou contravenção, vem se tornando uma busca incessante, dos órgãos governamentais, Ministério Público Federal (MPF), Procuradoria-Geral da República (PGR) até chegar, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Tendo como epicentro dessas ações, as operações de combate à corrupção, uma delas se destaca a Lava Jato, que ao longo de sua deflagração, já indiciou uma série de pessoas, entre as quais, políticos figurinhas carimbadas.

 

O último a se tornar réu, por 5 votos a 0 pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) foi o senador Aécio Neves (PSDB-MG), acusado de corrupção passiva, e por 4 a 1 à de obstrução da justiça, neste caso específico, o único voto contrário foi o de Alexandre de Moraes. O ex-presidenciável tucano foi denunciado em junho de 2017 pela Procuradoria-Geral da República, acusado de ter recebido 2 milhões de reais do empresário da JBS Joesley Batista como pagamento de propina, e de tentar impedir as investigações da Operação Lava Jato.

O Brasil vive hoje um momento impar em sua história Republicana, tendo em vista algumas ações alvissareiras implementas por operações de combate à corrupção, entre as quais, uma se destaca e virou a menina dos olhos da população brasileira, ordeira e trabalhadora  que paga rigorosamente seus impostos, em especial a Operação Lava Jato.

Além de Aécio Neves, responderão como réus a irmã dele, Andreia Neves da Cunha, o primo Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrela (MDB-MG), todos por corrupção.

Agora, o que é mais difícil de entender, como alguém consegue um empréstimo no valor de 2 milhões de reais, sem que haja documentação, assinatura de documentos, recibos, taxas de juros e por ai vai. E o que é pior, dinheiro este, transportado em malas, sacolas, mochilas como se fosse mercadoria.

Estou fazendo essa analogia, calcado em nós reles mortais; para conseguirmos um empréstimo bancário no valor de dois mil reais, o banco, pede uma série de documentos, analisa nosso nome, consultam SPC, Serasa e por ai vai. E  ainda assim corremos o risco de não receber o empréstimo.

Paradoxalmente a esse processo evolutivo, propiciado pelas operações de combate à corrupção; a população mais uma vez sofre um revés, com a votação da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta por cinco ministros, decidindo por 3 votos  a 2 que o ex-senador cassado Demóstenes Torres  (PTB-GO), poderá candidatar ao senado nas eleições deste ano.

A votação da liminar (provisória) concedida em março pelo ministro Dias Toffoli, que entendeu que o ex-parlamentar não poderia ser considerado inelegível uma vez que as provas que embasaram sua cassação acabaram anuladas pela justiça.

Assim aconteceu a votação, é bom que a população fique sabendo, como cada um dos ministros da Suprema Corte votou.

Os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, acompanharam o relator Dias Toffoli, autor da liminar, perfazendo 3 votos. Votaram contrários à autorização para que o ex-senador Demóstenes possa se candidatar: Celso de Mello e Edson Fachin. Não cabe a nós julgarmos, porém tenho certeza, que a população brasileira como um todo, desaprova essa permissão.

LICIO MALHEIROS é geógrafo

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