BRUNA FANTTI
ODIA
Rio - Em 2019, um vídeo de uma mulher mantendo relação íntima consensual com dois homens viralizou nas redes sociais. A legenda informava que ela seria Fabíola de Oliveira, esposa de Rogério Andrade, com seus seguranças. Apesar das similaridades das tatuagens com a musa da Mocidade, a informação nunca havia sido confirmada. Até a denúncia da Operação Calígula. Isso porque o Ministério Público incluiu troca de mensagens que cita o fato, além de identificar Jeferson Carvalho, o Feijão, que está foragido, como um dos homens que aparecem nas imagens.
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"Os caras querem mais o quê? Ganham dinheiro, trabalham com o p*** do Brasil, e ainda f**** a gostosa da mulher dele, a pedido do cara? Não vão largar esse emprego nunca", escreveu Carlos Eduardo de Almeida da Silva, o Kadu, a outro integrante da quadrilha. Kadu, também denunciado, era gestor operacional do bingo Quebra-Mar, estabelecimento central da denúncia que levou à prisão os delegados Adriana Belém e Marcos Cipriano por relação com Andrade.
De acordo com a investigação do Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado), após as máquinas do bingo Quebra-Mar terem sido apreendidas, em 2018, Ronnie Lessa - preso pela morte da vereadora Marielle Franco - conseguiu um encontro com a delegada Adriana, por intermédio de Cipriano, para liberar as máquinas, em troca de propina. Lessa trabalhava para Andrade, dono do bingo. Adriana era titular da 16ªDP (Barra da Tijuca) na ocasião, delegacia para onde os caça-níqueis haviam sido levados.
Feijão, que ainda não foi preso, é descrito na denúncia como homem de confiança de Andrade. Além de segurança, ele coordena a sua rotina, trabalhando pessoalmente em seu escritório principal, em um edifício luxuoso da Barra da Tijuca, com carteira assinada no cargo de assistente administrativo. Além disso, "exerce a administração e a gestão de territórios dominados com a finalidade de exploração de jogos de azar, o que ocorre diretamente vinculado com a prática de atos de corrupção e de lavagem de capitais". Todos os encontros com Andrade, inclusive com integrantes da própria quadrilha, tinham que ter a sua autorização.