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Cuiabá, 21 de Junho de 2025
21 de Junho de 2025

31 de Maio de 2015, 11h:40 - A | A

JUDICIÁRIO / INDENIZAÇÃO

Pais de menino que levou 30 mordidas na creche pedem meio milhão de Reais

Monitora, indiciada por abandono de incapaz e lesão corporal, afirma que saiu da sala por cinco minutos.

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



Os pais de um menino de 3 anos, de Sinop, que teve a orelha mordida por mais de 30 vezes por um colega, há dois anos atrás, em uma creche municipal da cidade, pediram, judicialmente, em uma ação de reparação de danos morais e materiais, uma indenização no valor de R$ 512 mil.

Por envolver menor de idade, corre em sigilo na Sexta Vara de Sinop a ação 229888, impetrada dia 8 de maio deste ano, sob a responsabilidade da juíza Giovana Pasqual de Melo.

"Meu filho ainda terá que passar por uma cirurgia, quando crescer um pouco mais, para recomposição da orelha dele, porque partes dela ficaram abertas, porque ela foi mastigada”

A mãe do menino, que na época da ocorrência tinha um ano e quatro meses, não gosta de falar no assunto. “Fico triste só de pensar nisso”, lamenta a vendedora Carla Cristina Werlang Miranda.

Sobre o valor reivindicado judicialmente, ela explica que servirá para cobrir gastos. “O advogado que calculou, porque, entre tudo que gastamos com isso, com saúde física e psicológica, meu filho ainda terá que passar por uma cirurgia, quando crescer um pouco mais, para recomposição da orelha dele, porque partes dela ficaram abertas, porque ela foi mastigada”, detalha a mãe. Segundo ela, o filho mudou de comportamento após ser agredido, de calmo passou a ser agressivo.

A polícia abriu inquérito para apurar o caso, registrado em abril de 2013. Em depoimento, a monitora da Creche Municipal Neusa Nadir Graf alegou que deixou os dois meninos sozinhos na sala por cinco minutos e, quando voltou, o colega mordia o outro, por todo o corpo. Ao final do inquérito, ela foi indiciada por abandono de incapaz e lesão corporal.

“Para que isso não se repita, tem que haver a devida punição das partes responsabilizadas”

A ação é contra o município de Sinop.

orelha

 Imagens anexas à ação judicial

O advogado Silvio Marinho, que defende a família do menino, argumenta que chegou ao valor de meio milhão com base em gastos com saúde, física e psicológica, mas também levando em conta o aspecto pedagógico do caso. “Para que isso não se repita, tem que haver a devida punição das partes responsabilizadas”, diz o advogado.

“Fico triste só de pensar nisso”

Segundo ele, após a ocorrência as mães das duas crianças conversaram e chegaram à conclusão de que elas não têm culpa, mas sim quem estava no dever de cuidar das crianças.

A Prefeitura de Sinop tem prazo de 60 dias para se manifestar na ação.

A secretária municipal de Educação de Sinop, Gisele Faria de Oliveira, afirma que a monitora respondeu a um processo administrativo e foi afastada pelo tempo regimentar. Não soube informar se ela ainda está trabalhando na mesma creche, mas explica que não tem o poder de transferir servidores, a não ser por um pedido deles mesmos ou por alguma necessidade administrativa.

A secretária também ponderou que isso tudo que aconteceu foi uma fatalidade, que ninguém, que tenha crianças sob sua responsabilidade, está totalmente livre de passar por este tipo de ocorrência, nem mesmo as mães.

“O fato deixou a todos perplexos. Principalmente porque temos em nossas creches muitos trabalhos maravilhosos e profissionais de respeito”, assegura a secretária, reconhecendo que é preciso punir e se atentar para que não ocorra mais.

 

 

 

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