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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

18 de Dezembro de 2016, 08h:40 - A | A

GERAL / DIABETES EM CRIANÇAS

Especialista em Cuiabá explica como identificar e tratar a doença

A endocrinologista pediatra Bruna Romagnoli cita alimentação inadequada e sedentarismo como principais 'gatilhos' para a doença

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO



O diabetes já é a terceira doença crônica mais comum entre os pacientes infanto-juvenis. Só perde para as alergias respiratórias e para a obesidade, que também estão relacionadas e podem ser “gatilhos” para o diabetes tipo 2.

A informação é da endocrinologista pediatra Bruna Romagnoli, que alertou para o crescimento da doença, principalmente o tipo 2, entre as crianças.

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Em entrevista ao , a médica alertou que, entre os fatores que contribuem para essa incidência estão os maus hábitos de saúde, como alimentação inadequada e falta de exercícios físicos.

Para Bruna Romagnoli, antes, é importante entender sobre o diabetes tipo 1, que impacta 95% das crianças com a doença. É também chamada de diabetes autoimune, ou seja, quando o pâncreas, por fatores genéticos, não é mais reconhecido pelo organismo.

“É como se o nosso corpo não reconhecesse o próprio pâncreas, que é quem produz a insulina. Então, se eu não tenho a insulina, eu tenho excesso de glicose. E não podemos ficar com excesso de glicose; por isso, precisa aplicar a insulina”, explicou.

Segundo a médica, nesse tipo da doença, 80% do pâncreas perdem a função.

A especialista também destacou alguns fatores que podem ajudar a desenvolver uma suscetibilidade no indivíduo.

Como exemplo citou o fato de as mães desmamarem seus filhos precocemente, incluírem alimentos industrializados na dieta da criança também muito cedo, com uso de papinhas prontas, comidas com corantes e conservantes.

A grande incidência de infecções respiratórias também pode ser um desses “gatilhos” para a diabetes autoimune, conforme a médica.  

Sintomas

Bruna Romagnoli alertou para que os pais estejam atentos a alguns sintomas do diabetes tipo 1, como excesso de fome, sede e de urina, além de perda brusca de peso.

Nessas situações, a criança passa a beber mais de dois litros de água por dia, levanta várias vezes ao longo da noite para fazer xixi ou, até mesmo, volta a urinar na cama, passa a emagrecer mesmo comendo normalmente.

O diabetes também pode vir acompanhado de gripe ou resfriado, o que, muitas vezes, gera confusão no diagnóstico feito pelo médico.

Daí, segundo a médica, a importância de levar a criança sempre no pediatra ou endocrinologista pediatra, que deverá solicitar exames para confirmar a doença e ainda qual o tipo.  

Assista aqui

 

Diabetes tipo 2

Esse tipo da doença é mais comum a partir da adolescência e nos adultos, segundo a médica, e mais comum em pessoas que tem hábitos ruins, como comer inadequadamente, e sedentarismo.

Mas, ela observou que têm aumentado os casos de crianças com esse tipo de diabetes, por conta das mudanças culturais.

Bruna destacou que essas características têm gerado confusão na hora de detectar o tipo da doença.

“Hoje em dia, há muitas crianças com diabetes tipo 2 e, às vezes, na criança com obesidade, a gente não consegue fazer a diferenciação entre um e outro porque ela tem todas as características do tipo 2: é obesa, sedentária, sempre comeu errado, tem IMC elevado, tem um escurecimento no pescoço... Então, a criança parece ter o diabetes tipo 2, mas é tipo 1”, explicou.

O diagnóstico para ter certeza do tipo de diabetes do paciente é feito através do exame de autoanticorpos do pâncreas.

Caso detectado o tipo 2, é possível que seja necessário uso de medicamentos, que vão ajudar a repor a insulina necessária.

Prevenção e tratamento

A médica explicou que aquilo que deveria ser um hábito de vida e uma prevenção à doença acaba se tornando o próprio tratamento, depois de diagnosticado o problema.

“Hoje em dia, a alimentação de todas as crianças, em geral, é muito ruim. Então, quando se tem uma criança diabética, ela acaba sendo alvo de algumas restrições, como refrigerante, biscoitos, doces. Hoje, a obesidade é muito frequente na faixa etária infantil”, disse.

Como a doença não tem cura, ela deve ser tratada ao longo da vida.

“Hoje, o diabetes não tem cura. Diabetes tipo 2, a gente consegue fazer prevenção porque tem resistência. Então, pode ser que a sua insulina volte a funcionar se você perder peso, se alimentar melhor, deixar de ser sedentário. Então, se você tiver uma resistência insulínica pequena, você consegue voltar sem uso de medicação.  No caso do diabetes tipo 1 não, porque o pâncreas é destruído”, completou.  

Alimentação

Bruna Romagnoli informou, ainda, que o ideal é oferecer uma dieta balanceada para a criança.

Ela explicou que os pais se preocupam em retirar doces do cardápio dos filhos, mas se esquecem de outras comidas que aparentam ser saudáveis, mas devem ser ingeridas com moderação.

É o caso dos carboidratos simples, como pão, arroz e massas, que se transformam em açúcar no processo metabólico. 

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